ATA
DA OCTOGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 12-9-2011.
Aos
doze dias do mês de setembro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e vinte e três minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Fraga, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta,
Professor Garcia, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr.
Raul Torelly, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pelo vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de
Resolução nº 028/11 (Processo nº 3067/11); pelo vereador Mario Manfro, o
Projeto de Resolução nº 027/11 (Processo nº 2991/11); pelo vereador Mauro
Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/11 (Processo nº 2929/11); e
pelo vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 143/11 (Processo
nº 3062/11). Ainda, foram apregoadas as Emendas nos 02 e 03, de
autoria do vereador Mauro Pinheiro, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 003/10 (Processo nº 0814/10). Do EXPEDIENTE,
constaram Ofícios do Fundo Nacional de Educação do Ministério da Educação,
emitidos no dia vinte e três de agosto do corrente. Durante a Sessão, deixaram
de ser votadas as Atas da Sexagésima Quarta, Sexagésima Quinta, Sexagésima
Sexta, Sexagésima Sétima, Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona, Septuagésima,
Septuagésima Primeira, Septuagésima Segunda e Septuagésima Terceira Sessões
Ordinárias e da Décima Terceira, Décima Quarta, Décima Quinta, Décima Sexta,
Décima Sétima e Décima Oitava Sessões Solenes. A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pela vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do octogésimo aniversário
da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados – SPAAN –, nos termos do Requerimento nº 058/11
(Processo nº 2752/11), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: a
vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; os
senhores Antônio Augusto Thaddeu Bandeira e Geraldo Hugo Sander, respectivamente
Presidente e Vice-Presidente da SPAAN. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores Carlos Todeschini, em nome da Mesa Diretora, Luiz Braz, em tempo
cedido pelo vereador Paulinho Rubem Berta, e Elói Guimarães, em tempo cedido pelo
vereador Nilo Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João
Carlos Nedel. Após, a senhora Presidenta procedeu à entrega, ao senhor Antônio
Augusto Thaddeu Bandeira, de Diploma alusivo à presente solenidade, concedendo
a palavra ao senhor Geraldo Hugo Sander, que agradeceu a homenagem prestada por
este Legislativo. A seguir, foi apresentado número musical pela cantora Leny
Caldeira. Às quinze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e nove
minutos. Após, foi iniciada solenidade destinada a assinalar o transcurso do
quarto aniversário da Escola do Legislativo Julieta Battistioli e ao lançamento
de edição em braile da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Compuseram a
MESA: a vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o vereador Adeli Sell, Presidente da Escola do Legislativo Julieta
Battistioli; a senhora Débora Balzan Fleck, Coordenadora
da Escola do Legislativo Battistioli; o senhor Florian Augusto Coutinho Madruga, Presidente
da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas – ABEL. Ainda, a senhora Presidenta registrou as presenças,
neste Plenário, da
senhora Tanise Amália Pazzim, Coordenadora da Escola de Gestão Pública da
Secretaria Municipal de Administração; da senhora Jussara Aparecida Bratz,
Supervisora Acadêmica da Escola Superior de Direito Municipal – ESDM –; da
senhora Maria Helena Camargo Dornelles, Secretária-Geral Adjunta da Ordem dos
Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – OAB/RS –; da senhora
Daniela Lenz, Executiva de Contas da Soluções Corporativas – Núcleo de
Negócios, Sistema Fecomércio; do senhor Sandro Bergue, Diretor da Escola
Superior de Gestão e Controle Francisco Juruena do Tribunal de Contas do Estado
do Rio Grande do Sul; e do senhor Luís Antônio da Silva, Diretor do
Departamento de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Sul. Em prosseguimento, a senhora
Presidenta concedeu a palavra ao senhor Florian Augusto Coutinho Madruga, ao vereador Adeli Sell e à senhora Débora Balzan Fleck, que se manifestaram acerca da presente solenidade.
Às quinze horas e cinquenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinquenta e três minutos. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Nelcir Tessaro, Dr. Thiago Duarte,
este em tempo cedido pelo vereador Mauro Zacher, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol.
Na oportunidade, o vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal,
solicitando a suspensão dos trabalhos para realização de reunião conjunta de
Comissões Permanentes. Às dezesseis horas e vinte e cinco minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de
Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e trinta e seis
minutos. Às dezesseis horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 035/10 (Processo nº 3549/10), em sua
parte vetada, considerando-se rejeitado o Veto Parcial oposto, por vinte e três
votos SIM, seis votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos
vereadores Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, Dr. Thiago Duarte, Pedro
Ruas, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim, Nilo Santos, Maria Celeste, Fernanda
Melchionna, Paulinho Rubem Berta, Luiz Braz, Adeli Sell, Nelcir Tessaro, Carlos
Todeschini, Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro, Alceu Brasinha, Professor Garcia,
Mauro Zacher, Haroldo de Souza e Airto Ferronato, tendo votado Sim os
vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença, votado Não
os vereadores Beto Moesch, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano
Marcantônio, Mario Fraga e Mauro Zacher e optado pela Abstenção os vereadores
Idenir Cecchim e Nilo Santos. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 035/10, o vereador Beto Moesch cedeu
seu tempo de discussão ao vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e
Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/11 (Processo nº
0018/11). Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 001/11. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/11. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 022/10 (Processo nº
3127/10). Às dezoito horas e trinta minutos, a senhora Presidenta declarou
encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão,
esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 031/11. Durante a Sessão, os vereadores
Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Sebastião Melo, João Antonio Dib e
Paulinho Rubem Berta manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito
horas e trinta e um minutos, a senhora Presidenta declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser
realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon
e pelos vereadores Toni Proença e Adeli Sell e secretariados pelo vereador Toni
Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação
Requerimento que solicita a inversão da ordem dos trabalhos, para que apenas o
período de Comunicações seja realizado antes do Grande Expediente, para
fazermos a homenagem ao aniversário da SPAAN. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Convidamos para
compor a Mesa dos trabalhos o Sr. Antônio Augusto Thaddeu Bandeira, Presidente
da SPAAN, e o Sr. Geraldo Hugo Sander, Vice-Presidente da SPAAN. Quero dar as
boas-vindas aos demais membros da Diretoria da SPAAN, mulheres e homens que
estão conosco e que fazem um trabalho abnegado à frente daquela instituição.
Temos também alguns moradores, idosos; sejam bem-vindos à nossa Casa. (Palmas.)
Vários Vereadores
estiveram tomando café da manhã na SPAAN, com um pãozinho maravilhoso, um
astral maravilhoso. Assistimos a apresentações de música e dança, algo que nos
encantou e emocionou. Isso é a prova do trabalho sério, muito respeitoso, muito
carinhoso que é feito com os idosos, pela SPAAN, uma
entidade com 80 anos, mostrando uma alegria, uma juventude, uma preocupação com
a revitalização. Queria cumprimentar os colaboradores da entidade que estão
aqui presentes. Sabemos que é uma tarefa bastante difícil, mas muito
gratificante e que, muitas vezes, é esquecida pela sociedade, porque não é
fácil um trabalho voluntário, um trabalho de todo o mês superar dificuldades e
manter um lugar para tantas pessoas que não teriam onde estar. Conhecemos
alguns idosos, como uma senhora, por exemplo, que está lá há quarenta anos.
Também queria compartilhar
um pouco com os cidadãos das comunidades que estão conosco lá na SPAAN, onde há
diferentes graus de condições físicas. Há alguns que exigem muitos cuidados, há
situações bastante delicadas. E é bonito ver a sociedade acolhendo os seus
idosos e trabalhando com seriedade com eles. Nós nos comprometemos em estar
muito mais presentes, enquanto Câmara de Vereadores, fortalecendo essa
história. Este momento de homenagem é exatamente para isto: para chamar a
atenção da sociedade de que esse trabalho existe há 80 anos, de que é um
trabalho que precisa de apoio, apoio continuado, de que tem uma potencialidade,
tem um espaço físico - se for recuperado - que poderá receber muito mais
idosos. E, para isso, é preciso que tanto as ações governamentais quanto as da sociedade
civil sejam mais presentes junto à SPAAN. Com esta introdução, quero convidar o
Ver. Carlos Todeschini, que foi quem encaminhou esta homenagem, para falar em
nome da Mesa Diretora.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pela
deferência, pela escolha, Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon. Nós estivemos lá,
naquele café da manhã, no qual estavam presentes o Ver. Dr. Thiago, o Ver. Dr.
Raul, o Ver. João Carlos Nedel, o Ver. Reginaldo Pujol e a Verª Sofia Cavedon,
nossa Presidente. Tivemos o prazer de compartilhar um café da manhã muito
agradável, fomos brindados com uma dança, com uma apresentação e, também,
pudemos ouvir o Presidente a respeito da situação da SPAAN.
Então, em nome da Mesa, eu queria cumprimentar aqui
a Exma Srª Presidente da Câmara de Vereadores, a Verª Sofia Cavedon;
o Sr. Antônio Augusto Bandeira, Presidente da SPAAN; o Sr. Geraldo Hugo Sander,
Vice-Presidente; os demais presentes, como o 2º Vice-Presidente, o Sr. Gildásio
de Oliveira; o Sr. Clódis Luiz Valcarengh e Sr. Antônio Maria Borraz de Abreu,
Diretores; o Sr. Clodoveu de Freitas Machado e Sr. Nelson Plá, Conselheiros
Fiscais; o Sr. Mário Luiz Correia da Silva, Tesoureiro; a Srª Eunice Lima,
Secretária-Geral. Cumprimentamos também todos os voluntários, amigos e
apoiadores. Cumprimento a Srª Leny Caldeira, que é uma figura histórica do
Brasil. Ela já foi cantora da Rádio Tupi, tem disco gravado; ela é uma
personalidade do nosso País, está lá muito bem acolhida e muito bem tratada. Em
nome dela, eu cumprimento todos os moradores da SPAAN, todos que são acolhidos
e os que serão acolhidos. (Palmas.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Por favor, Vereador, a Dona Leny já veio para a
frente para se apresentar; então, solicito que a senhora aguarde aqui, ao lado
do Ver. Elói. A nossa querida cantora hoje cantará outra música, não aquela que
cantou lá para nós.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Ela já cantou em Nova Iorque e em Paris, pelo que nos falaram; então, é
uma estrela do mundo, e, depois, teremos o prazer de ouvi-la.
Mas vamos tratar um pouco da situação da SPAAN,
essa importantíssima e fundamental instituição que acolhe as pessoas que têm
necessidade de serem acolhidas. Ao completar 80 anos, data marcante de sua história, a SPAAN promoveu uma série de eventos ao longo dos
meses de junho, julho e agosto. Em 21 de agosto de 1931, foi fundada, pelo
Rotary Club Porto Alegre, a Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos
Necessitados, a SPAAN. É uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que
busca amparar idosos sempre com qualidade de vida, carinho e atenção.
A instituição se
mantém através de doações da comunidade e de recursos governamentais que não
são suficientes para cobrir todas as despesas. Depois, eu vou me aprofundar um
pouco mais nesse assunto, até para sensibilizar os Srs. Vereadores, os
presentes e, também, aqueles que nos assistem pela TVCâmara e que nos ouvem
pelo rádio, Ver. Elói. A comemoração destes 80 anos iniciou no sábado, dia 4 de
junho, com o baile no Nonoai Tênis Clube. No dia 13 de julho, foi realizado o
galeto beneficente na Casa do Gaúcho. O final da festa de aniversário da SPAAN
foi no dia 21 de agosto, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Além disso,
foram realizados desfiles de moda e chás. A história de solidariedade, de
respeito à vida e ao idoso é marca da SPAAN, que, ao longo desses 80 anos de
dificuldades, de muita luta por sustentabilidade, nunca deixou o seu objetivo
de lado: a atenção ao idoso, ao seu bem-estar e à qualidade de vida.
A SPAAN possui três
pavilhões em mais de quatro mil metros quadrados de área construída,
compreendendo três refeitórios, cozinhas, lavanderia industrial, câmara fria de
alimentos, estoque de alimentos, gabinete médico, ginecológico e odontológico,
farmácia, sala de nutrição, sala de assistência social, gabinete de psicologia,
sala de fisioterapia, seleção de roupas, biblioteca, salão de festas, salão de
jogos, capela ecumênica e amplas áreas ajardinadas, que estão, hoje, obsoletas,
necessitando de muitos reparos.
Ao longo desses 80
anos de existência, a SPAAN já acolheu milhares de pessoas carentes, que
encontram, no final de suas existências, um lar que lhes oferece abrigo, comida
- são seis refeições por dia - e roupa. Médico,
enfermeira, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, podólogo, assistente
social são os responsáveis por coordenar equipes de funcionários e voluntários
que trabalham para dar qualidade de vida aos moradores da SPAAN. A
alfabetização e reciclagem na leitura, salão de beleza, artesanato, seleção de roupas,
entretenimento e lazer têm à frente um grande grupo de voluntários atentos ao
bem-estar de cada idoso da SPAAN. Assim, a SPAAN comemora os seus 80 anos de
solidariedade e atenção ao idoso, e esta comemoração tem como objetivo a
divulgação do aniversário da SPAAN e do trabalho realizado pela instituição que
há 80 anos prioriza a qualidade de vida e o bem-estar de idosos e carentes.
A sede fica
localizada na Av. Nonoai, nº 600, em Porto Alegre, e tem acesso pela rua dos
fundos. Essa é uma entidade que marca profundamente a nossa Cidade, o nosso
Estado e o nosso País. É uma entidade que sobrevive, como foi dito antes, da
própria sustentação, com o apoio de parte do salário dos internos, dos que lá
habitam; de parte do repasse governamental, dos doadores voluntários e mais do
brechó e de outras atividades beneficentes que são feitas. Mesmo assim, isso
não é suficiente para cobrir todas as despesas, e a SPAAN chama mais
solidariedade, mais apoio e mais empenho da comunidade porto-alegrense e gaúcha
para que possa ter a plenitude de seus gastos sustentada e as contas em
equilíbrio, para que essa instituição tenha longuíssima vida e continue bem
atendendo a todos que lá vivem.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carlos Todeschini, a Casa aqui se
acostumou a ver grandes divergências entre nós, divergências civilizadas, em
função das nossas posições doutrinárias divergentes. Hoje nós temos uma
situação muito especial. É que eu estou me somando inteiramente ao seu pronunciamento,
que analisa com grande propriedade o trabalho feito pela SPAAN, que é a razão
das homenagens que estamos lhe prestando neste momento. Vou me permitir,
inclusive, transferir-lhe a incumbência de também falar em meu nome, em nome do
Democratas, porque, com relação à SPAAN, nós estamos acertados, o resto nós
vamos discutir depois. Por enquanto, os nossos cumprimentos à SPAAN.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelas
suas palavras, Ver. Pujol.
O Sr. Dr. Raul
Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini,
gostaria de parabenizar V. Exª por estar fazendo esse pronunciamento e, de uma
maneira muito especial, parabenizar também todas as pessoas que têm um
envolvimento nesses 80 anos de existência da SPAAN, todos aqueles que, com
doação e com carinho, estão valorizando os nossos idosos, levando atendimento
àquelas pessoas que mais precisam, no meio de toda essa dificuldade que V. Exª
acabou de referir, que é a luta do dia a dia, mês a mês, para tentar colocar um
atendimento de excelência, dar uma situação de dignidade e um final de vida,
muitas vezes, com carinho e atenção. Enfim, as pessoas precisam desse carinho,
e a SPAAN dá isso para a sociedade. Todos nós temos que nos unir, valorizar a
SPANN e incentivar a sociedade para que cada vez participe mais, ajude mais e
cumpra com aquilo que todos nós queremos, que é ter uma velhice digna, com
carinho e com atenção. (Palmas.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado pelas palavras, Ver. Dr. Raul.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carlos
Todeschini, quero cumprimentá-lo pela iniciativa de trazer à Câmara esta
homenagem aos 80 anos da SPAAN; cumprimento os nossos convidados, a Presidente,
Verª Sofia Cavedon; os Vereadores, as Vereadoras e todos da SPAAN que nos
visitam hoje. Quero dizer que, uma vez por ano, quando vamos à festa do Dia do
Idoso na SPAAN, é uma alegria ver o carinho com que somos recebidos. E, vendo
esse carinho, a gente pode perceber o carinho que a SPAAN dedica a todos aqueles
que lá estão, a todos aqueles que encontram na SPAAN a atenção, a afetividade e
a dignidade necessárias para continuar as suas vidas em um momento tão bonito
como é a terceira idade. Parabéns à SPAAN; parabéns a todos vocês; parabéns,
Vereador, pela iniciativa.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: A iniciativa é da Mesa, tem que agradecer à Mesa pela escolha de muito
mérito.
A Srª Maria
Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini,
gostaria também, em nome da Verª Fernanda Melchionna e da Verª Sofia Cavedon,
que são as únicas Vereadoras mulheres desta Casa, de parabenizar a iniciativa
da Mesa Diretora e, mais do isso, os 80 anos dessa instituição, tão importante
na cidade de Porto Alegre. Mais do que parabenizar, louvo o trabalho que é
feito, que não é apenas um trabalho de entretenimento ou de alegria; é um
trabalho de assistência na questão da saúde, da assistência social, na própria
questão do lazer dos idosos da nossa Cidade. Portanto, é uma instituição que
tem uma história de 80 anos e que procura manter a missão adequada no cotidiano
dos idosos da nossa Cidade, especificamente desses que estão sendo atendidos,
com um quadro de funcionários excelente também, pois conheço os assistentes
sociais que trabalham lá, os profissionais que estão lá no dia a dia e que
fazem a diferença na vida das pessoas que lá se encontram. Certamente a SPAAN
merece o nosso reconhecimento, e quero parabenizar a Mesa Diretora e o senhor,
que está representando todos nós nesse discurso. Vida longa à SPAAN! (Palmas.)
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver.
Todeschini, trago um abraço a V. Exª e aos nossos ilustres visitantes na tarde
de hoje. Quero cumprimentar a SPAAN pelos seus 80 anos e dizer que nós, de Porto
Alegre, também o povo gaúcho nesse contexto total, sabemos, conhecemos e
reconhecemos o trabalho que a SPAAN tem desenvolvido em prol da nossa
sociedade, do nosso idoso. Sabemos que isso se reflete no conjunto total de
cidadãos e cidadãs do nosso Município e do Estado. Por isso, em nome do meu
Partido e em meu nome pessoal, estamos aqui para trazer um abraço e
cumprimentá-los pela iniciativa.
E faço um pequeno registro, porque começa agora a
necessidade de uma divulgação, minha cara Presidente. Nós apresentamos aqui na
Câmara um projeto que foi aprovado, criando o Fundo Municipal do Idoso. É uma
lei que existe hoje no Município, e agora, recentemente, lá em Brasília, minha
cara Presidente e Ver. Todeschini, foi regulamentada a lei federal. Então,
hoje, assim como existe uma lei que permite que o cidadão contribua para
instituições que tratam da criança e do adolescente e outras, com dedução do
imposto de renda, também o Fundo do Idoso já está regulamentado e podem ser
feitas a ele contribuições com dedução do imposto de renda a pagar.
Portanto, quero trazer um abraço, uma saudação às
senhoras e aos senhores que estão aqui. Todos nós, repito, sabemos da
importância da SPAAN, mas sabemos também de valorosos homens e mulheres que,
com desprendimento, dedicam seu cotidiano em prol dessa grande causa. Um abraço
e obrigado. (Palmas.)
O Sr. Waldir
Canal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu
gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa. Com certeza, esta data é uma data
importante, e V. Exª, com justiça, traz aqui esse assunto à baila para que nós
todos, Vereadores, possamos nos manifestar e declarar a nossa felicidade no
sentido de expressar gratidão pelos serviços prestados nesses 80 anos da SPAAN.
Quero cumprimentar toda a Diretoria pelo trabalho que tem sido feito pelos
idosos da nossa Cidade, idosos que vivem ali. É um serviço relevante e
fundamental para a sobrevivência daqueles que, nesta fase da vida, precisam de
amparo e ajuda. O idoso é um ser vivente que precisa estar incluído na
sociedade, que precisa de políticas que venham ao encontro das suas
necessidades. Parabéns, vida longa! E bom trabalho a todos.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Ver. Waldir Canal.
A Srª Fernanda
Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria
cumprimentar a SPAAN na presença do seu Presidente, cumprimentar a todos e
todas que estão aqui conosco. Eu não ia falar, a Verª Maria Celeste já havia
falado, em meu nome e em nome da Verª Sofia Cavedon, da nossa saudação, da nossa
homenagem à SPAAN e do desejo profícuo de que a instituição cada vez mais se
fortaleça no seu belo trabalho, em várias áreas de assistência, de lazer, de
saúde, garantindo uma qualidade de vida para todos aqueles e aquelas da
terceira idade. Como encontrei a Professora Jussara, que faz um excelente
trabalho com o grupo de dança na SPAAN, eu queria já deixar a sugestão na
tribuna de que, um dia, o grupo de dança venha se apresentar aqui na Câmara de
Vereadores, mulheres e homens maravilhosos que fazem essas aulas de dança para
a terceira idade, como a Professora Jussara e as suas alunas. Já deixo
consignado aqui neste microfone que será um prazer ver suas belas apresentações
e ajudar a divulgar esse belo trabalho. Vida longa à SPAAN! Parabéns para
vocês!
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Verª Fernanda.
Concluindo, Srª Presidente: em nome do Sr. Antônio
Augusto Bandeira, Presidente, e do Sr. Geraldo Hugo Sander, Vice-Presidente,
cumprimentar toda a Diretoria, todos os voluntários e voluntárias, que sei que
são professores, médicos, psicólogos, enfermeiros e muitos outros profissionais
que fazem não só a sustentação e a dignidade dessas pessoas que lá estão
vivendo, descansando, mas também as ajudam a usufruir o melhor da vida. Pudemos
sentir - não é, Verª Sofia? - a alegria com que as pessoas vivem, as pessoas
que estão lá. Isso nos deu uma grande satisfação e queremos ver, Ver. João
Antonio Dib, se a Prefeitura estende um pouco mais os recursos para a SPAAN,
porque é uma entidade que tem mérito, e isso ajudaria a suprir as necessidades
do caixa, equilibrando as contas dessa importante, fundamental instituição que
atende pessoas carentes da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso Brasil.
Muito obrigado pela atenção de todos. Parabéns e vida longa à SPAAN! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Todeschini, por representar a
Mesa Diretora na sua fala. Com a composição de todos os apartes, acho que
tecemos um belo quadro do trabalho da SPAAN.
Quero chamar a atenção de que a SPAAN foi fundada
pelo Rotary Porto Alegre, depois Rotary Zona Norte. A SPAAN, em sua longa
história, é uma ação concreta do Rotary, ação que nos impressiona pela ousadia,
pela persistência e pela continuidade do trabalho. Muitas vezes um trabalho
voluntário é fácil fazer pontualmente; agora, assumir a dimensão e a seriedade
do trabalho que é realizado na SPAAN é para poucos. Isso comprova a densidade,
a seriedade do Rotary, para isso quero chamar a atenção.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Brasil tem atualmente 14,5
milhões de idosos, representando 8,6% da nossa população. Isso não aconteceu
por acaso, deve-se especialmente aos avanços obtidos pela ciência no campo da
saúde, Ver. Dr. Raul.
Segundo o censo de 2000, 62,4% dos idosos e 37,6%
das idosas são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. E, nessas
famílias, a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não idosos.
Além disso, 54,5% dos idosos, chefes de família, vivem com os seus filhos e os
sustentam.
Muito bem, esse é o lado bom das estatísticas. O
que acontece com os idosos quando começam a perder alguma das suas faculdades
físicas e mentais, tornando-se economicamente improdutivos, ou dependes,
passando a demandar por atenção e cuidados especiais? Não tenho dados para
confirmar, mas, pelo que vejo e ouço por onde ando, acredito que a sociedade
não se preparou para essa mudança no perfil populacional. E, apesar de as
pessoas estarem vivendo mais, sua qualidade de vida não tem acompanhado essa
evolução. Basta ver o grande número de idosos que hoje vivem sozinhos em suas
moradias, isolados a semana inteira, muito dos quais padecendo da síndrome do
fim de semana, em que adoecem no fim de cada domingo, após esperarem, desde
sexta-feira, a visita dos filhos e parentes, o que muitas vezes não acontece.
Qual, então, a responsabilidade da família cristã,
Verª Sofia, com relação aos nossos idosos? Creio que a resposta está no quarto
mandamento do Decálogo: “Honrar pai e mãe”, que lembra aos filhos de qualquer
idade e em qualquer época, especialmente os filhos adultos, suas
responsabilidades para com os pais. Isso implica respeito, respeito às pessoas
que lhes deram a vida, respeito esse que se estende à sua condição de próximo
mais próximo, e também a sua dignidade de filhos de Deus e por Ele amados. O
quarto mandamento lembra, meu caro amigo Abreu, que cabe aos filhos, enquanto
puderem e na medida em que o possam, dar aos pais ajuda material e moral nos
anos de velhice, assim como no tempo de doença, de solidão ou de angústia, no
mínimo por dever de reconhecimento filial e de solidariedade cristã.
Infelizmente, não é o que vem acontecendo, pois os filhos das últimas gerações
não vêm sendo educados para o amor e o respeito aos velhos. O próprio termo
“idoso” não passa de um eufemismo para substituir a palavra “velho”, que se
tornou pejorativa.
Felizmente, senhoras e senhores, nem tudo está
perdido, há organizações como a SPAAN, a Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio
aos Necessitados, que, mesmo não substituindo, preenchem boa parte do espaço
que deveria ser ocupado pelos familiares dos idosos, porque não há coisa mais
triste do que a solidão da velhice, submetida ao desamparo, depois de uma vida
de doação à família e à sociedade. Conheço bem de perto a SPAAN, onde hoje
residem cerca de 130 idosos, com uma média de 78 anos, sendo que o mais idoso
tem 101 anos. Conheço o trabalho dos seus 70 funcionários, muitos aqui
presentes, que são auxiliados por cerca de 150 voluntários das mais diversas
atividades. Identifico-me muito com a sua missão institucional de prestar
auxílio, serviço e assistência aos seus moradores, oferecendo atenção, cuidados
e qualidade de vida para uma velhice digna, como foi tão bem especificado aqui
pelo Ver. Carlos Todeschini. Sei também do esforço realizado para dar aos
idosos que lá residem a vida mais plena possível, não só como amparo material,
mas especialmente pelo tratamento humano e cristão, algo que a SPAAN dá a cada
um dos velhinhos e velhinhas que acolhe como pessoas, como filhos de Deus, como
merecedores de uma vida digna e responsável.
Uma das minhas tias foi acolhida por quase dois
anos pela SPAAN, ela recebeu um excelente tratamento, como ocorre com todos os
outros idosos. Tenho muito a agradecer à nossa querida SPAAN. Por isso, junto
com os meus companheiros do Partido Progressista, os Vereadores João Dib, Beto
Moesch e o sempre Vereador Luiz Vicente Vieira Dutra, incorporo-me à homenagem
que a Câmara presta hoje à SPAAN, pela comemoração dos seus 80 anos de
existência. Ao mesmo tempo, em nome da população da Capital, agradeço à SPAAN
pelo excelente trabalho que realiza, faço também um apelo a todos os
porto-alegrenses, pessoas ou empresas, para que ajudem a manter a SPAAN viva e
operante. Olhem o site da SPAAN,
vejam do que ela mais necessita, e, a cada momento, façam as suas
contribuições. Assim, ela poderá prestar os magníficos serviços que
seguidamente presta no atendimento aos idosos necessitados que a ela acorrem.
Finalmente, Verª Sofia, peço a Deus, nosso Pai, que
proteja e ampare a SPAAN, seus dirigentes, funcionários e colaboradores, para
que os velhinhos carentes de nossa Cidade sempre tenham uma porta em que bater
e serem acolhidos. Parabéns à SPAAN pelos 80 anos! E que Deus abençoe a todos.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Paulinho Rubem Berta.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero
registrar que o Sr. Gildásio Alves de Oliveira já recebeu o Troféu
Solidariedade nesta Casa, oferecido pelo nosso Gabinete, e que, no próximo dia
23, o Sr. Clodis Luiz Valcarengh receberá o Troféu Solidariedade. Todos estão
convidados para a solenidade, será às 17h, nesta Casa. Ainda quero cumprimentar
o meu querido amigo Paulinho Rubem Berta, que me
cedeu este tempo; a minha amiga Assistente Social, a Maria do Carmo, que também
está aqui presente, uma pessoa que eu sei que presta um trabalho inestimável
para a SPAAN.
Eu, quando ouvia o
meu amigo Todeschini citando os Vereadores que compareceram naquele café da
manhã, senti que o Ver. Todeschini não se lembrou de que este Vereador também
estava lá presente no dia. Mas, de vez em quando, os velhos são esquecidos, e
eu, como estou ficando com os meus cabelos brancos, como a idade já está um
pouco avançada, sei que, daqui a um pouquinho, também começo a ficar esquecido.
Isso é natural. Só que nós, representantes da sociedade, não podemos achar que
esse esquecimento do idoso seja alguma coisa natural. Existe uma grande briga
entre a Ciência e o Estado. A Ciência, por um lado, faz prodígios no sentido de
o ser humano viver uma vida mais longa: as pessoas antigamente viviam no máximo
até os 50 anos e começaram a ter uma expectativa de vida cada vez maior,
chegando perto dos 100 anos; muitas vezes, meu amigo Tessaro – inaugurou, hoje,
o seu retrato na galeria dos Presidentes –, ultrapassando os 100 anos. Mas, ao
mesmo tempo, o Estado, pelo menos aqui no Brasil, e é isto que nos interessa,
não provê aquilo que seria necessário para que esta vida mais longa das pessoas
possa realmente ser feita de uma forma mais correta, de uma forma mais feliz. E
aí nós começamos a ter, realmente, um problema cada vez maior: as pessoas vivem
mais, meu querido amigo Vicente Dutra, não tendo as condições necessárias para
viver.
Se não fosse uma
instituição como esta, a SPAAN, e outras tantas instituições similares a ela,
nós não teríamos um hoje e um amanhã muito agradáveis, porque ainda
a gente encontra, infelizmente, os idosos, em muitas situações, relegados a um
terceiro plano, e o Estado cada vez mais, Verª Fernanda Melchionna, V. Exª
ainda é bastante jovem, obstaculizando legislações ou cumprimentos de leis que
podem fazer com que os nossos idosos tenham uma vida melhor. Há muito pouco
tempo, a Srª Presidente da República acabou vetando o aumento para aqueles que
vivem da Previdência, e aí, quando nós queremos falar exatamente naquela grande
decepção...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. LUIZ
BRAZ: ...Para finalizar, eu quero cumprimentar aqui a nossa cantora, que me
maravilhou naquele dia, cantando uma das músicas que eu mais apreciei durante
toda a minha vida, ouvindo a Sarita Montiel. A senhora, naquele dia, realmente
deu um show lá na SPAAN, e eu tenho
certeza de que hoje, aqui, vai também nos abrilhantar com a sua voz, que é
muito bonita. Eu quero dizer que nós precisamos alertar o Estado, para que ele olhe
um pouco mais os velhos, para não precisarmos tanto fazer com que instituições
como a SPAAN se esforcem da maneira como se esforçam para poder cumprir o seu
papel. Por que não um pouco mais de atenção para com essas instituições? É isso
que nós devemos fazer, e eu acho que esse é um trabalho importante para todos
nós, Vereadores desta Casa. Parabéns a vocês da SPAAN, parabéns pelos 80 anos
dessa instituição. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nilo Santos.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª Sofia
Cavedon; Dr. Antônio Augusto Bandeira, Presidente da instituição homenageada, a
SPAAN; Sr. Geraldo Sander, excelente advogado; demais integrantes, dirigentes,
associados, colaboradores da SPAAN. Faço uma saudação especial a Dona Leny
Caldeira, que é cantora. Tivemos ali um diálogo, ela lembrando - uma memória
extraordinária e magnífica - Lupicínio Rodrigues, porque é bom que se diga, e
nós ouviremos a Dona Leny: a voz não envelhece.
Quero dizer que a SPAAN dispensaria qualquer
encômio à sua grande finalidade, ao papel que desempenha exatamente naquela
faixa etária da vida que é fundamental que se tenha sobre ela olhares. Há dois
momentos em que o ser humano merece - eu não digo cuidado, absolutamente - todo
o carinho: na infância, a criança; na velhice, o velho. Portanto,
bem-aventurados os que envelheceram, porque, se envelheceram, viveram. Então,
eu diria que a velhice é uma generosidade divina. Os recursos técnicos,
médicos, a evolução fizeram com que houvesse uma longevidade, e é preciso que a
sociedade se aperceba dessa real verdade que é a longevidade e se prepare para
grandes investimentos nessa área. Se nós compulsarmos a história, vamos ver
que, no passado, morriam, e eram tidos como velhos, pessoas com 50, 60 anos. Se
eu perguntar aqui com quantos anos morreu Júlio de Castilhos, Presidente do
Estado, todos vão dizer: 70, 80, 90 anos. Pois é, Julio de Castilhos morreu com
40 e poucos anos, que foi por muito tempo o grande Líder do Estado, depois
sucedido por Borges de Medeiros. Esse, sim, teve uma longevidade significativa.
Portanto, fica aqui, em nome do Partido Trabalhista
Brasileiro, dos Vereadores Nelcir Tessaro, Alceu Brasinha, Pedro Car, Nilo
Santos, DJ Cassiá, a homenagem, a saudação à SPAAN, essa instituição que
solicita, que pede aos quatro ventos que se lhe estenda a mão. A SPAAN precisa
de solidariedade, que pode se expressar das mais diferentes formas, até com a
presença das pessoas, com o carinho das pessoas. Evidentemente, fazem-se
necessários os recursos materiais pelas suas finalidades, pelo seu grande papel
que exerce. Fica aqui a nossa saudação. E queremos ouvir a nossa querida
cantora, a Dona Leny, que vai abrilhantar esta tarde. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Realizadas as manifestações de Lideranças e de
Comunicações, eu gostaria de convidar os membros da Mesa Diretora que estão
presentes no plenário e os Vereadores que se pronunciaram para fazermos a
entrega do Diploma referente à homenagem que estamos realizando nesta tarde.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Neste momento, convido o Sr. Geraldo Hugo Sander, Vice-Presidente
da SPAAN, a fazer uso da palavra. O Presidente Antônio Augusto Bandeira disse
que ficará na retaguarda, porque quem trabalha lá dentro é o Geraldo mesmo.
(Risos.)
O Sr. Geraldo Hugo Sander, 1º Vice-Presidente da
SPAAN, está com a palavra.
O SR. GERALDO
HUGO SANDER: Srª Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muito
orgulho recebemos esta homenagem da nossa Câmara de Vereadores pela passagem
dos 80 anos da SPAAN. Também agradecemos pelo carinho e interesse que a Casa
sempre demonstrou em atenção aos assuntos pertinentes à nossa instituição.
Agradecemos, sobretudo, à comunidade porto-alegrense, que, com as suas
preciosas contribuições e a dedicação do trabalho voluntariado, tem apresentado
uma inestimável ajuda para a
sustentação das nossas atividades. Às empresas parceiras, aos contribuintes,
aos voluntários, aos funcionários e aos dirigentes manifestamos a nossa
gratidão, por ajudarem a manter com qualidade de vida e muito amor e carinho os
130 idosos carentes que lá residem.
A SPAAN foi fundada em 1931, por iniciativa do
Rotary Porto Alegre, em apoio a uma demanda da Prefeitura de Porto Alegre, no
sentido de auxiliá-la a dar abrigo e proteção às pessoas que, naquela época,
viviam em situação de rua. Assim, surgiu a Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio
aos Necessitados, que está localizada na Av. Nonoai, nº 600. A SPAAN oferece
aos seus idosos serviços médicos, odontológicos, enfermagem, fisioterapia,
massoterapia, nutrição, lavanderia e assistência social, visando a atender três
objetivos, que são saúde, alimentação adequada e auto-estima. Alfabetização,
leitura, artesanato, salão de beleza, jogos, passeios e lazer são atividades
praticadas pelos idosos. A nossa equipe de trabalho conta com 66 empregados e
140 voluntários. A despesa mensal alcança 140 mil reais, incluindo salários,
alimentos, medicamentos e outros. Apenas para se ter uma ideia, a cada dia,
consomem-se 90 litros de leite, 26 quilos de carne e 250 fraldas geriátricas.
Temos necessidade de realizar reformas urgentes em nossos prédios, sendo que
uma parte se encontra interditada por apresentar problemas estruturais. Além
disso, os telhados precisam ser trocados, e um projeto de aproveitamento de
energia solar merece ser implantado.
A ajuda que a SPAAN oferece com recursos dos cofres
públicos é a seguinte: do Fundo Nacional, através da FASC, o programa
denominado Ação Continuada oferece R$ 9.865,20 a cada mês, um valor congelado,
cuja prestação de contas pode ser feita através dos salários de empregados, e a
nossa Folha mensal total é de R$ 65.000,00. Portanto, esse programa auxilia com
15% desse valor. Do Fundo Municipal, através da FASC, o programa Abrigagem de
População Idosa concede o valor mensal de R$ 4.681,29 para cobrir alimentos,
medicamentos e fraldas. Esse valor se destina a atender 15 metas, ou seja, 15
idosos, quando temos 130. Nos últimos quatro anos, a SPAAN acolheu 36 idosos
por solicitação direta dos nossos órgãos de Governo, especialmente a FASC e o
Ministério Público. Esses idosos viviam em situação de extrema vulnerabilidade
social e necessitavam de cuidados urgentes e abrigagem. A SPAAN os acolheu, e
eles passaram a viver bem e felizes. Eis aí, Srª Presidente, um paradoxo que
pode e deve ser corrigido, ou seja, elevar o patamar dessa verba da FASC até
alcançar o número dos idosos efetivamente abrigados pela SPAAN, os quais também
ajudaram a construir este País.
Encerro as minhas palavras agradecendo, mais uma
vez, pela honrosa visita que esta Câmara de Vereadores fez à SPAAN no dia 25 de
agosto, num gostoso café da manhã, com a presença da Presidente Sofia Cavedon,
que muito nos honrou, e dos muitos Vereadores que a acompanharam. Convido todos
a visitarem a SPAAN quando desejarem, pois serão sempre muito bem recebidos.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Acho que os dados que o Geraldo trouxe são
contundentes, e quero encerrar com fecho de ouro - com música -, dizendo que
nós temos uma tarefa como Câmara, e chamo o Ver. Dib, que é Líder do Governo.
De fato, o Governo Municipal, agora, com a implantação do SUAS, tem algumas
casas de convivência de idosos, como a que o projeto Câmara na Comunidade
visitou na Vila Floresta, certamente elas custam muito mais caro do que os R$ 4
mil que a Prefeitura repassa do seu Orçamento para a SPAAN. Eu acho que são
extremamente positivas as casas de convivência. São lindas, são ótimas, mas nós
gostaríamos que pelo menos o mesmo recurso que vai para uma casa de convivência
fosse direcionado para a SPAAN. Eu proponho fazermos uma agenda com uma
comissão de Vereadores e com o Prefeito, ou o Secretário da FASC. Se V. Exª
puder assumir essa tarefa comigo, eu tenho certeza de que nós poderemos, como
Governo Municipal, financiar um pouco mais desse trabalho continuado, um
trabalho muito caro. Porque só a ala dos acamados já é caríssima de se manter,
mas é um trabalho imprescindível para a cidade de Porto Alegre.
Além da colaboração, além do que o Antônio disse
aqui, da visita – porque muitos idosos são largados lá, Ver. Tessaro, e não têm
mais uma visita sequer de um familiar –, além da presença, da doação para os
feirões, e os feirões vendem de tudo, porque a SPAAN recebe toda sorte de
objetos que revertem em recursos, objetos que têm que estar em condições –,
além disso tudo, nós precisamos avançar para o financiamento continuado, porque
trata-se de uma política pública que cada vez se tornará mais necessária. A
população está envelhecendo, e temos que construir políticas públicas para essa
faixa etária.
Agradeço muito a presença de toda a Diretoria da
SPAAN. Para fechar este momento, quero convidar a Leny Caldeira, que é uma das moradoras daquele espaço da SPAAN, uma artista internacional
que teve, naquele lugar, a acolhida para viver com saúde, com companhia, num
tempo tão especial, ela continua uma grande artista.
A Srª Leny Caldeira
está com a palavra.
A SRA. LENY CALDEIRA: Então, eu vou cantar
para vocês uma música do repertório dos autores.
(É feita a
apresentação musical da Srª Leny Caldeira.) (Palmas.)
A SRA. LENY
CALDEIRA: Um beijo para todos vocês. Eu gostei demais de cantar aqui; eu sempre
gostei, adorei esta terra. Tchau.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada. Esta foi a Leny Caldeira. Com esta
música, um emocionante depoimento da importância do nosso idoso, nós encerramos
este momento. Interrompo a Sessão para as despedidas.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h35min.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos da
presente Sessão.
Há
várias e importantes pautas na Ordem do Dia de hoje. Temos um lançamento
importante para a acessibilidade desta Câmara, para este Legislativo ser
acessível às pessoas com deficiência visual, numa parceria com a Escola do
Legislativo.
De imediato, quero convidar para compor a Mesa a
Srª Débora Balzan Fleck, Coordenadora; e o Ver. Adeli Sell, Presidente. Quero
convidar para compor a Mesa também o Florian Augusto Coutinho Madruga,
Presidente da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo e de Contas, a
ABEL. Registro a presença – convido-as a se sentarem aqui na lateral – da
Tanise Amália Pazzim, Coordenadora da Escola de Gestão Pública da Secretaria
Municipal de Administração da Prefeitura; da Drª Jussara Aparecida Bratz,
Supervisora Acadêmica da Escola Superior de Direito Municipal; da Drª Maria
Helena Camargo Dornelles, Diretora Secretária-Geral Adjunta da OAB/RS; da
Daniela Lenz, Executiva de Contas da Soluções Corporativas/Núcleo de Negócios,
Sistema Fecomércio. Quero, na pessoa da Daniela, cumprimentar a iniciativa da
coleta de resíduos eletrônicos no sábado. A minha família esteve lá, levou uma
sacola, e nós divulgamos a excelente iniciativa. Quero registrar a presença do
Sandro Bergue, Diretor da Escola Francisco Juruena, do Tribunal de Contas do
Rio Grande do Sul; o Luís Antônio da Silva, Diretor de RH da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Sul. Todos prestigiam este momento, é um momento
diferenciado, um momento em que está sendo disponibilizada a Lei Orgânica do
Município em braile, o que possibilitará às pessoas com deficiência visual a
leitura da nossa lei máxima.
De imediato, eu passo a palavra ao Florian Augusto
Coutinho Madruga, Presidente da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo
e Contas.
O SR. FLORIAN
AUGUSTO COUTINHO MADRUGA: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu sou Presidente da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e
de Contas, servidor do Senado Federal, Diretor da Editora do Senado, e é com
muita honra, Presidente Sofia, que nós estamos participando aqui do quarto
aniversário da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Porto Alegre. Nas
comemorações deste aniversário da Escola, nós viemos de Brasília, numa parceria
da Escola do Legislativo desta Câmara, da Associação Brasileira das Escolas do
Legislativo e de Contas e do Senado Federal, entregar à Câmara Municipal de
Porto Alegre uma edição da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre em braile,
para que a biblioteca da Câmara de Vereadores e da Escola do Legislativo possa
colocar à disposição das pessoas portadoras de deficiência visual do Estado do
Rio Grande Sul a lei maior da Capital gaúcha, para que essas pessoas possam
conhecer o que a Lei Orgânica entrega aos seus cidadãos, exige dos seus
cidadãos e os direitos dos cidadãos de Porto Alegre.
Essa é uma forma de
nós homenagearmos a Escola do Legislativo de Porto Alegre, que hoje completa
quatro anos. Quero afirmar, na presença de V. Exª e dos demais Vereadores, que
esta Escola tem uma representação muito grande no cenário nacional das escolas
do legislativo, das Câmaras de Vereadores, das Assembleias Legislativas, dos
Tribunais de Contas e do Congresso Nacional, pela participação bastante efetiva
que a Câmara Municipal de Porto Alegre, por sua Escola, tem tido nos nossos
encontros de dirigentes de escolas do legislativo e de contas. Então, é uma
alegria muito grande, é uma honra para nós podermos estar aqui hoje,
compartilhando com a Câmara Municipal de Porto Alegre o aniversário desta
Escola, que, para nós, representa muito. Muito obrigado a V. Exª pela
oportunidade de estar aqui participando e homenageando este aniversário da Escola.
(Não revisado pelo
orador.)
(Procede-se à entrega do livro.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): É com muita alegria, Florian, que nós celebramos
essa parceria. Essa será, com certeza, mais uma marca da Câmara acessível. No
dia 21, nossa Câmara de Vereadores estará com vários movimentos, como o Fórum
da Inclusão; sábado, teve aqui o encontro das famílias de pessoas com autismo;
na sexta-feira, tivemos o 1º Seminário Estadual em Defesa das Escolas Bilíngues
para Surdos, Ver. Adeli Sell. A Casa tem sido ancoradouro, lugar de grandes
debates da inclusão, e faltava, com certeza, uma Lei Orgânica em braile.
Parabéns à nossa Escola do Legislativo, à Débora.
O Ver. Adeli Sell, Presidente da Escola do
Legislativo Julieta Battistioli, está com a palavra para registrar este
momento.
O SR. ADELI
SELL: Obrigado, Verª Sofia. Antes de mais nada, eu queria agradecer à Casa, a
todos os Vereadores e Vereadoras, especialmente à Verª Maria Celeste, que, na
sua gestão como Presidente desta Câmara, criou a Escola; ao Ver. Sebastião
Melo, que deu continuidade; ao Ver. Nelcir Tessaro, que continuou, e, agora, na
gestão da Verª Sofia, completamos quatro anos; o meu carinho e meu abraço. Ao
cumprimentar a primeira Diretora, a Gionava Rigo, cumprimento todos os
servidores que estão ali pelo belíssimo trabalho que fizeram nesta Casa, agora
com a continuidade da Débora, nossa Diretora. Nós devemos a vocês – Giovana,
Débora e todos os funcionários desta Casa, estagiários – o sucesso desta
Escola. Florian, mais uma vez obrigado pela sua presença aqui em Porto Alegre,
pela parceria; obrigado também a todos os parceiros das outras escolas que nos
visitam hoje aqui. Estou muito feliz em presidir esta Escola e contar com o
apoio de todos vocês. Sem parceria não há Escola do Legislativo. Espero muitos
e muitos anos para a Escola do Legislativo Julieta Battistioli! Obrigado.
(Palmas.) Esqueci do Ver. Toni Proença, nosso Vice-Presidente. Não foi por
querer, Toni, nós todos te adoramos e adoramos o teu trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Srª Débora Balzan Fleck está com a palavra.
A SRA. DÉBORA
BALZAN FLECK: Só para assinalar este momento em que transcorrem os quatro anos de
existência da Escola. A Escola é um projeto grandioso, e, ao mesmo tempo, nós
não temos a estrutura que desejaríamos, que pudesse abarcar muitos outros
projetos, mas temos a esperança e a expectativa de que a Escola tenha muitos
anos pela frente, de que ela possa, principalmente, abraçar a causa da
cidadania e fortalecer a democracia no Município de Porto Alegre, para
fortalecer também o nosso Parlamento. Essa é a nossa principal missão. Hoje é
só um pequeno passo, uma demonstração daquilo que a Escola já fez nesses quatro
anos, mas muito ainda a gente pretende levar adiante, com a colaboração de
todos os colegas da Casa e de todos os Vereadores desta Câmara. Obrigada.
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrando este momento, eu queria dar a todos a
grande notícia de que, em seguida, estaremos com a licitação na rua para a
reforma do Salão Adel Carvalho e da ala esquerda superior da Casa. E a Escola
terá novas dependências, inclusive com um pequeno auditório. O Adel Carvalho
será uma sala multiuso a serviço da população e dos Vereadores, e haverá um
pequeno auditório, que será muito bom para acolher os trabalhos da Escola do
Legislativo. Isso é resultado da luta, da batalha de todos os que estão
trabalhando na Escola; a Débora e a equipe, incansáveis, construíram o nosso
setor. A nossa Comissão de Obras está muito permeável à discussão dos
funcionários, o que resulta nessas conquistas. Parabéns! Florian, muito
obrigada pela tua presença, pela parceria com a Câmara de Vereadores e com a
nossa Escola do Legislativo. Adeli Sell, uma excelente gestão e parabéns por
essa obra!
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h51min.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h53min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público
que nos assiste, é uma alegria me manifestar hoje em Comunicações.
Primeiramente, eu quero agradecer a todos os meus Pares pelo comparecimento na
solenidade e também pelo apoio que recebi durante o ano de 2010 quando fui
Presidente da Casa.
Hoje eu quero
falar um pouco, e o Ver. Bernardino Vendruscolo não está presente aqui, mas o
Ver. Adeli Sell se encontra... Porque nós, por muitas vezes, criticamos que, no
nosso Parque da Harmonia, quando chegava a época de estarmos ali festejando a
nossa Semana, o nosso mês Farroupilha, tínhamos sempre problemas de barro, de
alagamentos e aquela dificuldade de chegarmos aos piquetes. No dia de ontem, estivemos lá e, hoje, percorrendo o Parque, vimos que, com a drenagem,
com as britas que foram colocadas em todas as ruas principais, nas ruas pelas
quais as pessoas mais transitam, os frequentadores estão podendo caminhar
tranquilamente, sem nenhum problema de barro ou outra dificuldade para o
trânsito. Acho que isso é muito importante.
Inclusive, eu
defendo que, naquele local, a gente possa ter, no futuro, um parque temático
para que seja usado o ano inteiro, Ver. Adeli, com uma comissão, com
responsabilidades, com transparência, e não usado apenas em dois eventos ao
ano: na Semana Farroupilha e no aniversário da Cidade. Podemos construir, para
lazer, um parque de rodeios para os frequentadores irem aos domingos, inclusive
os nossos turistas. Eu tenho um projeto para a construção de uma capela
crioula, onde aos domingos poderemos ter uma missa crioula. Tenho certeza de
que, se utilizarmos mais aquele espaço, ele ficará melhor, e, cada vez mais,
iremos adequando-o e dando as condições necessárias para a visita de todos os
frequentadores, principalmente os turistas, as pessoas que vêm do Interior, as
pessoas que vêm aos domingos a Porto Alegre, pessoas de outros Estados e também
dos países vizinhos, como a Argentina, o Uruguai, países próximos do Brasil,
para conhecerem as nossas tradições.
Assisti a uma
reportagem no final de semana em que um carioca dizia: “Já que não tenho espaço
no Rio de Janeiro, e lá a gente não sabe como se faz o verdadeiro churrasco,
hoje, com este belo espaço, estou-me arriscando e quero aprender a fazer”. É a
cultura gaúcha, é aquilo que mais nós podemos vender para o turismo nacional e
internacional, são as nossas tradições. E lá nós deveremos ter, se colocarmos
um parque temático, um galpão, um piquete permanente, como aquele que uma vez
queríamos construir com o Bernardino Vendruscolo aqui na nossa Câmara de
Vereadores, para que ali tivéssemos alguém para apresentar a nossa cultura, com
livros de Barbosa Lessa e de outros, pois foram muitos os que brigaram para
divulgar a nossa cultura gaúcha. Assim, poderemos mostrar ao Brasil inteiro o
que o Rio Grande do Sul fez e continua fazendo. Acho que tem que fazer como diz
o nosso Hino: “Sirvam nossas façanhas”; vamos mostrar que façanhas foram essas
que o gaúcho proporcionou, por que houve essa luta que durou dez anos, justamente
na época do Império. É a valorização da nossa cultura. Devemos, sim, fazer com
que ela seja mostrada claramente, para que, cada dia mais, haja mais turismo,
porque o turismo gera emprego, sabemos muito bem que turismo é emprego. Nós
estamos próximos à Copa do Mundo, que, daqui a três anos, estará em Porto
Alegre. Com toda certeza, queremos ter um parque temático. Estive, hoje pela
manhã, na Assembleia Legislativa vendo todos os preparativos para a Copa do
Mundo. Esse parque temático é muito importante para fazermos com que as
tradições gaúchas sejam levadas para o mundo inteiro, através do turismo que
virá para cá. Muito obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para um Requerimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª
Presidente, solicito a V. Exª, se o Plenário estiver de acordo, que convoque os
Vereadores para podermos realizar a Sessão Conjunta das Comissões, a fim de
analisarmos o problema de falta de servidores, para que o Prefeito, inclusive,
mande fazer uma Folha extraordinária para recuperar os prejuízos dos servidores
municipais. Se o Plenário concordar, acho que é oportuno.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vou submeter o
seu Requerimento ao Plenário, mas antes temos que terminar o período de
Comunicações, ainda há três Vereadores inscritos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Excelência, se for
preservado para a próxima Sessão, não há problema nenhum; agora, se não for
preservado, não podemos perder, porque não sei quando vou poder falar.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Se encerrarmos
agora o período de Comunicações, o tempo fica perdido, pois ainda não o
terminamos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Tem que cumprir todo
ele?
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sim.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então, cumpra-se.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente, quero dizer que costumo cumprir 100% dos acordos que faço aqui
nesta Casa. Na Sessão passada, foi pedida, pela coordenação dos trabalhos, pelo
Ver. Toni Proença, a transferência do Grande Expediente para hoje. Preparei-me
para falar hoje, portanto quero que seja cumprido o acordo firmado. Muito
obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem.
Ver. Dib, depois nós avaliamos o seu Requerimento.
O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro
Zacher.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, Verª Sofia Cavedon; ilustres colegas Vereadores, quero fazer uma
saudação especial ao Ver. Mauro Zacher, que me cedeu este espaço, e quero
aproveitar este momento para fazer alguns relatos.
No sábado, estive
presente na chegada da Chama Crioula no CTG lá de Belém Novo e pude observar
uma outra nuança, além da tradição, eu que nasci em Porto Alegre, mas morei
muito tempo, Ver. Tessaro, no interior do Estado. Morei em Passo Fundo muito
tempo, criei-me por lá. Eu pude observar uma outra nuança, algo que, às vezes,
a gente perde de vista quando falamos do Movimento Tradicionalista: é a nuança
social. Nós temos um CTG em Belém Novo muito bem gerido pelo Maldaner e por sua
família, eles fazem um trabalho com mais de 30 crianças e adolescentes,
ensinando danças gaúchas; também ensina a gurizada a declamar. No período em
que as crianças acabam passando lá dentro do CTG, elas, sem dúvida nenhuma,
deixam de estar nas ruas vivenciando um problema que é de todas as cidades,
independente de ser cidade grande, média ou pequena, que é o problema da
drogadição. Então, eu quero destacar isso aqui.
Outro registro que eu
quero fazer hoje e que julgo muito importante é que acabamos demandando muito
do Executivo, só que a gente, às vezes, esquece de pontuar as coisas que acabam
acontecendo e as coisas que efetivamente dão certo. Eu quero fazer um registro
muito carinhoso, muito especial à turma do DEP, principalmente do DEP da Zona
Sul de Porto Alegre, que teve uma atenção muito especial com o pessoal da Rua
David da Costa Magueta. Lá nós tínhamos um grande valo construído pela
comunidade, a qual efetivamente passava por diversos problemas, inclusive
problemas de vizinhança, de um vizinho não deixar a limpeza chegar. Pois bem, com toda a
diplomacia, com toda a calma e com toda a ação, psicologicamente bem
concatenada, o Engenheiro Francisco conseguiu dirimir todo esse problema e
solucionar a questão daquele valo, o que, certamente, vai diminuir os problemas
de inundação, de cheias para a comunidade daquela rua. São problemas, muitas
vezes, simples, que acabam se resolvendo com o tato de um profissional. A mesma
ação nós temos pedido para a Sapolândia e para o Lami, que têm situações
similares. E eu aproveito aqui para solicitar que essa mesma ação, que foi
muito bem colocada na Aberta dos Morros, possa também ser projetada para essas
outras regiões que eu citei.
Eu quero falar aqui de algumas preocupações que
certamente não são só nossas; nas duas últimas semanas, dividimos com o
Secretário Vanderlei Cappellari, e ele nos mostrou que também são preocupações
dele, principalmente no que se refere à sinalização e à interrupção de semáforos
em algumas vias. A que mais nos preocupa, na Zona Sul, é a questão da Juca
Batista. Sem dúvida nenhuma, sabemos que o Secretário tem uma preocupação com
aquele local, mas realmente, naquela rótula da Juca Batista e Serraria, seria
bom que pudéssemos implementar algum meio, provavelmente uma sinaleira, para,
efetivamente, diminuir os acidentes e tentar fazer com que não haja nenhum
acidente trágico naquele local.
Era isso, Presidente, eu agradeço o espaço e quero
fazer este registro porque julgo ser muito importante. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PEDRO
RUAS: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
eu recebi, no dia de ontem, mais algumas mensagens de uma lutadora, uma mulher
sofrida, que tem desenvolvido um trabalho extraordinário e que tem sofrido uma
perseguição do mesmo porte. A Verª Maria Celeste, a Verª Fernanda Melchionna, a
Verª Sofia Cavedon, o Ver. Toni Proença acompanharam, entre outros, essa luta
do Bar Passefica, Verª Fernanda. É um bar temático, é um bar GLS, um bar
frequentado basicamente por homossexuais, não apenas, e que sofreu, de parte de
alguns setores da população, uma perseguição a partir do momento de uma exteriorização
da discriminação de caráter de gênero e sexual absolutamente inaceitável. Mais
do que isso, sofreu também do Poder Público o mesmo tipo de discriminação.
Então, nós tivemos, ao longo deste último ano, desses doze meses, vários
momentos em que pudemos mostrar que aquele bar era alvo de ações homofóbicas,
de perseguições e de discriminações inaceitáveis tanto ao Ministério Público
Estadual e Federal, quanto à Polícia Civil e à Prefeitura. Reunimo-nos, Ver.
João Dib, até mesmo com S. Exª o Prefeito de Porto Alegre.
E quero fazer este registro, porque, neste momento,
parece-me que as coisas começam finalmente a mudar. Conseguimos agora não só
uma liminar da Justiça comum, como também uma mudança no próprio estatuto do
condomínio e, a partir de agora, uma nova visão do Poder Público sobre aquele
estabelecimento. Eu não posso deixar de agradecer, Verª Celeste, à Secretaria
Estadual da Justiça e dos Direitos
Humanos, não só ao Secretário Fabiano Pereira, mas também à Tâmara, que foi
muito importante nesse processo, compareceu sempre. Até mesmo o Secretário de
Segurança Estadual esteve lá no local, Carmen Padilha, ele falou no microfone,
dentro do bar. Foi um momento importante, parece-me, de afirmação da
cidadania e de alguns compromissos que o Governo Estadual assumiu e que nos
honra poder referir como elogio - e nós fazemos sempre críticas, quando há
necessidade. Por sinal, é importante também registrar que, em vários desses
momentos, houve, sim, auxílio de setores do Poder Público, inclusive, num momento
específico, do próprio Prefeito Fortunati, que recebeu a todos, também as
proprietárias do bar, porque a própria Prefeitura tinha ações que nós
condenávamos ali.
Eu faço esse registro porque a sociedade evolui.
Nós temos que ter o comportamento homofóbico, discriminatório, persecutório
tipificado no Código Penal como crime específico. Hoje, as vítimas desse tipo
de delito têm que processar seus agressores por injúria, por agressão verbal, e
não pelo delito de homofobia, que não existe...! Como existe e fez diferença o
do racismo. Quero fazer esse registro, porque este é um momento que a situação
começa a mudar, e parece-me que Porto Alegre começa a ter um melhor exemplo.
Nós sabemos que ali na Rua da República, nº 50, houve realmente uma perseguição
desumana. Hoje eu quero fazer este registro: nós estamos mudando esse jogo. O
conjunto do nosso trabalho, Verª Celeste - de todos nós e de outras pessoas que
não estão aqui, de setores do Governo Estadual e setores do Governo Municipal
-, conseguiu fazer essa reversão, e nós estamos chegando a um bom termo e dando
exemplo para o País.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, nos últimos dias, na Cidade, houve inúmeras atividades e fatos
que merecem todo o registro, mas dois deles, Ver. Bernardino, eu entendo que
devam merecer prioridade na consideração, sendo que o primeiro, Ver. Adeli, é o
antigo assunto metrô, assunto que eu estou velho de saber, literalmente convivo com ele há uns 30 anos, no mínimo.
Até agora, Ver. Braz,
nós estávamos num entusiasmo muito forte de que desta vez a coisa estaria
resolvida, e surge essa notícia inquietante de que, para haver a possibilidade
de se desenvolver o projeto do metrô em Porto Alegre, que o Feitosa tão bem
elaborou e que tem sido elogiado por todos, teria que haver uma redução da
participação da União nesse projeto, o que implicaria, naturalmente, que se
buscassem outras fontes de financiamento. O Município, pelo Prefeito Fortunati,
e o Estado, pelo Governador Tarso Genro ou os seus representantes – parece-me
que no caso é o nosso ex-colega João Motta quem está cuidando mais diretamente
desse assunto –, já buscaram se posicionar, propondo-se a assumir um encargo a
mais através da obtenção de financiamento de longo prazo na Caixa Econômica
Federal que permitisse aumentar a contribuição do Município e a contribuição do
Estado. Evidentemente, isso é uma demonstração inequívoca do compromisso que
têm os Gestores do Município e do Estado com a ideia do metrô.
Claro que fico com
uma indagação, Ver. Elói, que não abandona a minha cabeça. Mandaram dizer que
tem que fazer economia, que tem que reduzir, mas não disseram em quanto. Acho
que, se for uma redução razoável, Verª Maria Celeste, se o Município tiver que
entrar com um pouco mais para obter o financiamento, Ver. Dib, se o Estado
tiver que entrar com um pouco mais e receber o financiamento, acho que temos
que pegar com as duas mãos e liquidar de uma vez por todas esse problema.
Agora, até hoje, ninguém disse em quanto é preciso reduzir! Se precisar reduzir
500 milhões, é impossível de nós cogitarmos isso! Ou sei lá se é possível!
Acredito que não, conhecendo as peculiaridades do Estado e as peculiaridades do
Município.
Então, eu quero,
sinceramente, dizer que eu tenho tido, ao longo desses últimos tempos, um
cuidado muito grande em falar no metrô, porque eu tenho medo de, mais uma vez,
estimular a expectativa positiva da população e depois a coisa não dar em nada.
Queira Deus que eu esteja enganado, Ver. Dr. Raul – eu, que sou ressabiado,
temeroso -, e que não estejamos de novo diante de um quadro de enrolação do
povo de Porto Alegre, do povo do Rio Grande do Sul. Espero que não.
Ao lado desse fato, que muito me preocupa, eu quero
registrar, com grande satisfação, a revitalização do Brique da Redenção
promovida pelo Município através da Secretaria Municipal de Produção, Indústria
e Comércio. Estive lá ontem, vi as inovações que surgiram, vi as novas bancas
que estão sendo colocadas, presenciei os atos que ali se realizaram. Fui até
distinguido pelos “briqueiros”, que lembraram a minha participação na história
do Brique, antiga, desde a sua fundação, e mais recente, quando passei pela
Assembleia e consegui aprovar uma lei declarando o Brique da Redenção
Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul numa abertura que até
agora não foi bem utilizada, porque se franquearia acesso inclusive a alguns
financiamentos que até agora não foram aproveitados.
Então,
esses dois fatos, ao lado de tantos outros, são registros que faço do fim de
semana, que se esgotou no dia de ontem, que, diversamente do que vinha
ocorrendo, se caracterizou por um sol abundante e por uma possibilidade muito
fértil de se aproveitar o Acampamento nativista, visitar o Brique da Redenção,
comparecer ao Estádio Olímpico para ver a grande vitória do Grêmio Porto
Alegrense nesse domingo que medeia o 7 de setembro e o 20 de setembro, datas
máximas da Pátria e do Rio Grande, um fim de semana repleto de sol e de
esperança - esperança que, no caso do metrô, Vereadora-Presidente, queremos que
não se frustre e não se esgote; pelo contrário, que se consuma em realidade
muito em breve. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): Solicito às Lideranças que se aproximem da Mesa dos
trabalhos, a fim de analisarmos o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio
Dib. (Pausa.) Agradeço a compreensão dos Líderes e dos Vereadores que falariam
em Grande Expediente.
De imediato, convido o Ver. Elói Guimarães para
fazermos uma Reunião para tratarmos do Projeto da Saúde, dos municipários, do
abono de parte dos prejuízos das faltas concedidas na greve. Gostaria de chamar
o conjunto dos Vereadores que estão nas salas, pois queremos votar rapidamente
o Projeto dos municipários; vamos entrar na Ordem do Dia e enfrentar o Veto da
AEIS. Agradeço a paciência de Vossas Excelências.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h25min.)
O SR. PRESIDENTE
(Toni Proença – às 16h36min): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum para
a Ordem do Dia. Devolvo a presidência dos trabalhos à Verª Sofia Cavedon.
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h36min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3549/10 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/10, que altera limites de Subunidades e
cria Subunidades em Unidades de Estruturação Urbana das Macrozonas 03, 04, 07,
08, 10 e 16, define o regime urbanístico das Subunidades criadas e dá outras
providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela manutenção
do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação
do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 09-09-11 (sexta-feira).
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o
PLE nº 035/10, com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com
a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, lideranças aqui presentes que defendem a regularização fundiária em
Porto Alegre, venho a esta tribuna, primeiro, para dizer que nesta Casa nós
construímos, no ano passado, um grande acordo político na Mesa. Eu coordenei,
por parte da oposição; o Ver. João Antonio Dib, pelo Governo Municipal, quando
nós colhemos um conjunto de comunidades irregulares. Esse trabalho veio de
diversas fontes, a maioria da CUTHAB, que foi presidida, no ano passado, pelo
Ver. Elias Vidal; no anterior, pelo Ver. Waldir Canal; este ano, presidida pelo
Ver. Pedro Ruas, tendo como membros também o Ver. Alceu Brasinha, o Ver. Nilo
Santos e o Ver. Paulinho Rubem Berta.
Essas comunidades
existem há muitos anos no Município de Porto Alegre, todas elas têm um acordo
político de que é possível fazer as suas regularizações. Vou citar algumas
aqui, para que todos os senhores e as senhoras que estão nos assistindo
compreendam: a comunidade da Vila Júlia, em Belém Novo - Belém Novo, onde
nasceu o meu querido Ver. Mario Fraga -, que existe há mais de 40 anos e não
consegue se regularizar; a comunidade do Jardim Marabá, que aqui está, com mais
de mil famílias que estão lá há mais de 15 anos; a comunidade da Vitória da
Conquista - há para ela uma Emenda apresentada pelo meu querido Ver. Tessaro -,
que está lá há mais de dez anos. Eu poderia discorrer sobre todas essas
comunidades - é importante que a câmera mostre bem de perto - para dizer que
elas já estão dentro de zonas urbanas consolidadas. (Mostra fotografia.) O que
essas comunidades não têm? Não têm cidadania, porque elas não têm direito a
água, não têm direito a esgoto, não têm direito a transporte, não têm direito a
creche. Por quê? Porque a Secretaria Municipal do Planejamento não encaminha os
seus processos de regularização fundiária. Aí, quando nós temos uma iniciativa
coletiva, o Secretário Márcio Bins Ely, que é fruto da pequena burguesia, que
não conhece esses problemas, pede para vetar. Esse é o problema! Falo isso
porque é uma visão conceitual que nós temos que analisar aqui.
Conversamos com o Secretário Municipal, mandamos,
em nome da CUTHAB, o pedido para que viessem daquela Secretaria os mapas. Não
vieram os mapas. E a alegação do Veto é uma alegação técnica, política, que não
se sustenta. Diz que não tem justificativa na lei que meça o impacto do
entorno. Qual será o impacto no entorno de aprovarmos uma AEIS? O impacto será
que essas comunidades iniciarão a regularização fundiária, poderão ter
saneamento básico, portanto os esgotos não correrão a céu aberto; poderão ter
energia elétrica legal, conforme a Resolução de 2008, portanto não roubarão
mais a energia elétrica, não terão mais suas casas incendiadas. É isso o que
estamos discutindo aqui. Eu aqui venho como um dos construtores dessa proposta
e do acordo que fizemos na Mesa, entre todas as Lideranças. Esse não é um
Projeto de autoria de A, B ou C, e o Ver. João Antonio Dib assumiu o
compromisso, em nome do Governo, de que nós aprovaríamos. Criamos essa
expectativa, e está aprovado. Portanto, acho que derrubar esse Veto não é
nenhum problema de ordem técnica, muito menos, política, e quem vai ganhar é a
cidade de Porto Alegre, com a afirmação da cidadania. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, eu apenas vou ler um trecho da Exposição de Motivos do
Prefeito para o Veto (Lê.): “Cumpre destacar, inicialmente, o cunho meritório
das Emendas aprovadas por esse Poder Legislativo. No entanto, por razões de
ordem técnica, encaminho o presente VETO PARCIAL aos arts. 2º a 18, pois esses
dispositivos criam subunidades já existentes na lei em vigor. Ademais, o Regime
Urbanístico estabelecido no parágrafo único do art. 17 e no art. 18 do projeto
carece de análise técnica específica e detalhada do entorno, visando evitar
possíveis impactos negativos na própria legislação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), bem como na região onde esta
inserida cada área”.
Por outro lado, eu devo informar que o Prefeito já
está elaborando um projeto para acertar essas áreas, e também devo dizer que o
Secretário Márcio Bins Ely não faz projetos. Ele tem os seus técnicos, tem os
seus arquitetos, tem os seus urbanistas para fazerem os projetos. Ele sozinho
não faz, ele apenas encaminha o fruto do trabalho dos especialistas da área.
Portanto, a ideia é boa. Virá um projeto dando atendimento àquilo de que as
Áreas Especiais de Interesse Sociais, lá em Belém Novo e outros, precisam; virá
um projeto completo, dentro dos ditames que o urbanismo moderno manda fazer.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, ilustres colegas Vereadores e ilustre população lá
do Jardim Marabá; eu e o Ver. Beto Moesch estávamos relembrando as nossas
reuniões da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em que nós tivemos uma situação
parecida, com uma comunidade lá do Extremo-Sul da Cidade. Naquela oportunidade,
eu me lembro, e é só nós recuperarmos as notas taquigráficas desta Casa, nós
ponderávamos, o Ver. Beto Moesch e eu, junto com a Procuradora do Município e
junto com o Secretário da SMAM, que não bastava aprovar uma AEIS para se
consolidar o empreendimento. Não basta aprovar uma AEIS para se regularizar a
terra. Nós estivemos com a Comissão de Saúde lá no Jardim Marabá, nós vimos as
dificuldades que vocês passam, inclusive pelos acidentes do terreno. Então, é
importante deixar isso bem claro, para que a gente não acabe iludindo as
pessoas com relação a isso. A situação de vocês, eu quero deixar claro aqui,
nos comove, é uma situação que precisa ser resolvida, mas é importante que a
gente observe esses critérios, que são critérios técnicos.
Eu nem vou entrar aqui na desqualificação pessoal
de um ou outro Secretário, porque eu acho que isso não leva a nada, Ver. Idenir
Cecchim. Eu acho que desqualificar o nosso debatedor e o nosso interlocutor é
um gesto menor, não nos serve para discutir o tema em pauta. O tema que está em
pauta é o seguinte: nós temos dificuldades técnicas de consolidar essa área de
AEIS. Essa área de AEIS, sim, foi votada por esta Casa; não serve, para
regularizar o terreno, somente votar na Câmara de Vereadores a AEIS. É
importante que, tecnicamente, se possa intervir nesse processo e fazer com que
ele se consolide. Conversávamos lá com a comunidade do Lami sobre isso, e isso
doeu muito, o senhor lembra, Ver. Beto Moesch? Isso doeu muito, e muitas pessoas
iludiram aquela comunidade dizendo que, se aprovassem a AEIS aqui, nós teríamos
a regularização fundiária lá! O senhor lembra disso, e isso não se pode fazer!
Porque muitas vezes não se têm condições técnicas, muitas vezes a questão da
geografia impede, muitas vezes, lá naquele caso concreto, tinha-se construção
dentro de reserva ambiental, e nós não podemos fazer isso, até porque as
pessoas, eternamente, as que constroem dentro do banhado, vão ficar dentro
dele, não existe obra de engenharia na modernidade que possa recuperar isso.
Então, é importante que nós não iludamos a comunidade, sejamos justos, sejamos
corretos nesse sentido. Podem ter neste Vereador um parceiro para um projeto
justo, honesto, claro, que respeite o meio ambiente e as condições
sustentáveis.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente Sofia Cavedon, Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste
e nos visita; na verdade, é absolutamente inesperado o Veto do Prefeito, ele
nos toma de surpresa. Esperava-se, inclusive, a possibilidade da derrubada
deste Veto com o apoio das Bancadas de situação na Casa, o que não me parece
que seja o encaminhamento do momento. Posso estar enganado, tomara que esteja,
mas o que vemos aqui é um trabalho de muitos anos sendo desconsiderado e, acima
de tudo, um desrespeito à cidadania dentro da Capital do Estado.
São 16 comunidades, Ver. Comassetto, Ver. Adeli
Sell, Ver. Elói Guimarães, e apenas uma área foi considerada Área Especial de
Interesse Social, ou seja, AEIS. Todas as outras, representadas ou não aqui - e
nós tivemos muito contato, Ver. Luciano Marcantônio, pela CUTHAB, com essas
comunidades -, estão naquele conjunto de comunidades não regularizadas, áreas
não regularizadas da nossa Cidade. E isso nos remete, sistematicamente, para o drama e, às vezes, para a tragédia social, Verª Fernanda
Melchionna - V. Exª é uma lutadora, como outros Vereadores desta Casa -, porque
as áreas não regularizadas não têm o serviço público, não podemos cobrar isso
da Prefeitura, do Estado ou da União. Há comunidades aqui que não têm acesso à
água. É mais caro, Ver. Toni Proença, para o Município, o carro-pipa do que
colocar ali os instrumentos para distribuição de água pelo DMAE. Ver. Tarciso,
as comunidades não têm água potável, estão com o esgoto a céu aberto, que fica
a cargo do próprio morador. São dezenas e dezenas de comunidades. E o Ver.
Paulinho Rubem Berta, há alguns meses, teve uma ideia brilhante: sugeriu um
seminário de regularização fundiária em Porto Alegre.
Há poucos falava com
a Verª Maria Celeste. Combinamos de fazer – porque é uma questão que envolve a
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação e a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana –
no final de novembro esse seminário, para fazer um mapeamento daquilo que não
está regularizado, mas que poderia estar desde já. Não se iludam, o argumento
principal para não haver a regularização, meu caro Joãozinho, sindicalista, é a
falta de vontade política de regularizar. Esse é o grande argumento.
Nas vezes em que falei com o Secretário Márcio Bins Ely sobre o tema, ele não
me colocou nenhuma objeção. Só tenho elogios a
fazer ao Secretário, porque ele compareceu à CUTHAB, estimulou essas demandas,
deu-nos razão, Ver. Mario Fraga quando apareciam lá os moradores; então isso me
surpreende. Não tenho queixa, porque ele foi chamado, veio, compareceu,
incentivou, e agora vejo, repito, com surpresa, essa nova posição do Executivo,
baseada em uma mudança de posição do Secretário Márcio Bins Ely. É uma surpresa muito
negativa. Com a promessa governamental, as comunidades tinham toda uma
esperança justificada em relação a um anseio de muitos anos, mas agora ficam no
limbo, sem solução a curto prazo. Nós não podemos aceitar isso. Nós vamos votar contra o Veto, sim. Vamos tentar derrubar o Veto! O que estiver ao
nosso alcance nós vamos fazer. Além da ação política do dia de hoje, que eu
espero que tenha algum reflexo matemático, eleitoral, na apreciação do Veto,
nós teremos, CEDECONDH e CUTHAB, na ideia do Ver. Paulinho Rubem Berta, ao
final de novembro, esse seminário. Mas, no dia de hoje - eu tenho convicção
disto, absoluta -, a nossa obrigação é derrubar o Veto do Prefeito! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto
Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu quero assinalar uma circunstância que me parece
extremamente relevante. Nós estamos apreciando um Veto a um Projeto de Lei que
foi unanimemente aprovado na Casa. Este Projeto teve várias Emendas, Emendas de
nº 01 a 16, todas foram aprovadas unanimemente aqui na Casa. Isso não aconteceu
por acaso, Ver. Idenir. Ocorre que um pouco antes a Casa tinha enfrentado um
processo semelhante, ao qual foram apostas várias Emendas que dificultavam a
aprovação do Projeto. Eu fui Relator daquele Projeto e sou Relator deste
Projeto. Na ocasião, eu fui um dos que foram falar com o Ver. Comassetto, que é
o autor da maioria das Emendas aqui aprovadas, com o Ver. Tessaro e com outros
Vereadores que fizeram Emendas, pedindo a eles que retirassem as Emendas, dando
a possibilidade de se aprovar aquele Projeto por unanimidade, até porque não
havia uma diferenciação: o Projeto anterior dizia respeito às áreas listadas
nas demandas de habitação popular como passíveis de receberem habitação de
interesse social. E este Projeto aqui diz respeito às áreas que já estão
ocupadas e que merecem, obviamente, toda a nossa consideração. As razões que o
eminente Sr. Prefeito faz para oferecer Veto a esta matéria, ainda que
respeitáveis, não podem derrogar uma outra realidade. E essa é a realidade
social.
Eu quero, com toda a sinceridade, dizer que eu temo
muito a burocracia municipal, porque a gente vem aqui, Vereador, estabelece uma
Área Especial de Interesse Social, e aí, quando há um projeto para ser
executado para a população de baixa renda, criam um tamanho número de
obstáculos, Ver. João Dib, e acabam os interessados deixando de adquirir a área
e não executando os projetos. Aqui, no caso, nós temos várias áreas que já são
do Município, e outras tantas que só poderão ser do Município, porque ninguém
vai querer assumir a responsabilidade de áreas que já estão ocupadas há um
longo tempo. Então, tem que predominar nessa área o interesse social. Eu não
estou aqui para fazer carinho para quem quer que seja; sou um homem de posição,
todo o mundo sabe que sou muito claro. E há um detalhe: a maioria dessas
comunidades, especialmente as que eu conheço, não surgiram por acaso, elas têm
história, têm razão de ser. Se o Prefeito tivesse algumas dificuldades, Ver.
Dib – e ele tem V. Exª , que é o mais competente dos Líderes do Governo que eu
conheci até hoje, porque é zeloso -, deveria ter nos alertado na ocasião. O que
nós não podemos é um dia aprovar por unanimidade uma lei, entusiasmar uma
população e depois dizer: “Não, não valeu o que nós votamos, mudamos de
posição”. Eu não mudo! Eu continuo achando que a lei é boa e que deve ser
mantida. (Palmas.)
Assim, aquelas razões burocráticas, de que o mapa
não foi feito pela SPM ou coisa que o valha... Olha, eu acho que isso é um exagero,
que esbarra num fato. Nós temos uma realidade social: há inúmeras pessoas
morando em áreas não regulares no dia de hoje e querendo regularizar essas
áreas, querendo puxar redes de energia elétrica regulares para dentro da área.
É de se pensar que em pleno ano de 2011 ainda se discute se tem que ter ou não
energia elétrica nas casas das pessoas! É óbvio que tem que ter! Eu não vou me
alongar; eu sou uma pessoa que, com muita frequência acompanha o Governo,
apesar da minha posição independente. Mas, no caso concreto, Ver. Brasinha, eu
não tenho outra opinião, outra posição, senão honrar, inclusive, o Parecer que
ofereci naquela oportunidade: fui pela aprovação e continuo pela aprovação do
Projeto, por isso sou contra o Veto! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu nem trouxe aqui o Projeto, Ver. João Antonio Dib – que é o
nosso Líder, que se esforça, que se preocupa, que discute –, mas sou obrigado a
fazer uma cobrança ao Secretário do Planejamento Márcio Bins Ely: não é
possível trazer em cima da hora um Veto de tamanha importância sem discuti-lo
com a oposição e com a situação. Porque este é um Projeto da Cidade, é de
muitas pessoas que têm esperança, trata-se de ter um pouco de consideração com
os Vereadores que votaram por unanimidade. Eu concordo com o Ver. Reginaldo
Pujol; sou obrigado a concordar com o Ver. Reginaldo Pujol! (Palmas.)
Eu não sei qual a maneira que se pode fazer para
discutir mais isso, se há uma maneira de postergarmos para fazer uma reunião
com o Prefeito, para que isso não pare por mais tempo. Há uma dessas áreas que
eu conheço muito bem, que é a Vitória da Conquista; o Ver. Toni Proença também
conhece muito bem essa situação. Nós fizemos um esforço tremendo, Ver. Luiz
Braz, nós fizemos uma negociação muito dura com a Petrobras - eu estava como
Secretário da SMIC na época -, para que ela devolvesse aquela área que está em
cima, a Vitória da Conquista, e o Município daria à Petrobras uma outra área
que estava vazia. A Petrobras não queria aceitar isso, e nós conseguimos fazer
muitas reuniões - o Ver. Tessaro era Diretor do DEMHAB na época -, Srª
Presidente, muitas reuniões com essas pessoas, porque o Prefeito Fogaça queria
uma solução. Não era possível remanejar todas aquelas pessoas, mas eles estavam
todos os dias com ameaça de despejo pela Petrobras, que é do Governo Federal, e
achou-se essa solução.
Então, eu acho que nós temos que sentar, conversar,
discutir e chamar o Planejamento para que se pronuncie, que diga antes que não
dá para aprovar o Projeto. Depois de aprovado por unanimidade, Ver. Pujol, é
difícil. Eu confesso que é difícil tanto para a oposição quanto para a
situação. E eu não vejo aqui uma disputa de situação ou oposição, eu vejo aqui
uma força de vontade. Eu não sei se foram os técnicos, eu não sei quem foi.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte?
O SR. IDENIR
CECCHIM: Pois não, Ver. Toni Proença.
O Sr. Toni
Proença: Vereador Cecchim, V. Exª está coberto de razão. Nós temos aqui um
problema sério, um impasse. Se nós não votarmos o Veto, ele tranca a Pauta. E,
trancando a Pauta, nós ficamos com o problema dos municipários e com o Projeto
de Lei do Ver. Paulinho, que convidou gente para vir aqui, também trancado. Eu
acho que nós vamos ter que votar. Talvez o ideal seja derrubar o Veto.
(Palmas.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Perfeito.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu
escolhi aleatoriamente uma Emenda (Lê.): “Na Unidade de Estruturação Urbana
(UEU) 30 da Macrozona (MZ) 01, 07 e 08, ficam alterados os limites das
Subunidades 01 e 02, fica criada a Subunidade 09 com Área Especial de Interesse
Social II, conforme anexo desta Lei”. As plantas deveriam delimitar
perfeitamente as áreas, e não está acontecendo isso! Por isso o Prefeito disse
que tem mérito, mas a delimitação das áreas não está definida na lei. É só
isso!
O SR. IDENIR
CECCHIM: É justamente isso que eu estou cobrando da Secretaria do Planejamento,
Vereador. Ela devia nos municiar, devia rechear o Projeto com isso. Isso é
obrigação da Secretaria, não chegar no dia da votação e nos deixar com um pé no
estribo e o outro no chão.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a
palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
senhores e senhoras, na realidade, a minha Bancada ainda conversará para ver
qual será nosso comportamento, Ver. Tarciso, exatamente porque nós temos alguma
dificuldade quando ouvimos falar que este Governo não tem uma política de
regularização. Nunca se debateu tanto a questão da regularização das vilas como
se debate neste Governo. O Ver. Comassetto é testemunha disso, porque é membro
da CUTHAB; discute-se inclusive com a própria PGM. É que a execução não
acontece do dia para a noite, Ver. Toni Proença, que passou pelo Governo, sabe
que a parte técnica é muito complicada, a viabilidade técnica é o que
dificulta.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, eu acompanho o
pronunciamento de V. Exª e acho que está muito correto. O que nós estamos
vetando são as Emendas. O Projeto está mantido, portanto as áreas podem ser
redefinidas, sim, conforme anuncia o Prefeito.
O SR. NILO SANTOS: Exatamente. Obrigado
pela contribuição.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, eu ouvi
atentamente o aparte do prezado Líder da situação, o Ver. João Antonio Dib, e
quero recapitular: nós fizemos um acordo de Lideranças quando apresentamos
essas áreas. Naquele momento, em junho do ano passado, nós mandamos um pedido
para que a SPM nos enviasse os mapas. A nossa Diretoria Legislativa não os
recebeu, e ela mesma fez as delimitações conforme a técnica manda. Portanto,
Ver. João Antonio Dib, a sua fala, tecnicamente, não está correta. Está aqui,
sim, todo o trabalho da delimitação feito pela Diretoria Legislativa da Casa. Muito
obrigado. (Mostra mapas.) (Palmas.)
O SR. NILO
SANTOS: Segundo ponto: sobre as áreas que são transformadas em AEIS, seu projeto
tem um trâmite legal muito demorado, muito lento, mesmo depois de elas
adquirirem esse reconhecimento, Ver. Pujol. Algumas comunidades acham que é
assim: entra maquinário, entram todos os serviços da Prefeitura e pronto, como
se fosse num passe de mágica, mas nós não podemos vender para as comunidades
que AEIS resolve a questão!
Ver. Tarciso, segundo a informação do Ver. Luciano
Marcantônio, existe a proposta de o Governo elaborar um novo projeto. Parece-me
- o Ver. Pedro Ruas não está aqui neste momento - que nós voltamos àquela velha
discussão. Esta Casa, juntamente com os técnicos da Prefeitura, precisa, Ver.
Beto Moesch, sentar à mesa e resolver essa questão da regularização. Esta Casa
precisa se debruçar sobre isso imediatamente, Ver. João Dib! Nós temos a CUTHAB
na Câmara de Vereadores, mas que não tem poder de alcance, Ver. Comassetto. Nós
não temos conseguido alcançar o nosso objetivo, que é a regularização dessas
vilas.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Nilo
Santos, o nobre Ver. Engenheiro Comassetto definiu claramente a delimitação das
áreas. Como não veio do Executivo e não veio dos urbanistas, a Diretoria
Legislativa fez. Nós estamos muito bem. O Projeto está mantido, portanto é
preciso que as plantas venham da Prefeitura. E virão.
O SR. NILO
SANTOS: Virão. Ver. João Antonio Dib, e se conseguirmos construir um prazo para
que a Secretaria de Planejamento, com o Secretário Márcio Bins Ely, ande mais
rápido? O Ver. Luciano Marcantônio está fazendo esse contato. Talvez possamos
agilizar esse processo, fazer com que venha de uma forma rápida, para
resolvermos isso e até baixarmos a ansiedade não apenas dessa comunidade, mas
de todas as que estão envolvidas nesse processo e que hoje não estão aqui. Ver.
Brasinha, é o caso dos moradores da Vitória da Conquista, que nós, juntamente
com o Ver. Tessaro, lutamos muito para que fosse também transformada em AEIS.
Então, nós precisamos agilizar esse processo. Parte do Belém Novo está dentro
disso, Ver. Pujol, e nós precisamos agilizar.
Srª Presidente, eu imploro mais uma vez - não é a
primeira vez que faço isso - para que possamos nos debruçar sobre o tema das
vilas irregulares. Precisamos não apenas da CUTHAB, precisamos que toda a Casa
se envolva. Eu sugiro um seminário, sim, para mapearmos essas vilas, sentarmos
à mesa e construirmos algo. Não é necessário nem passar por Área Especial de
Interesse Social, mas precisamos regularizar de uma forma imediata, juntamente
com a Procuradoria-Geral do Município.
O Sr. Reginaldo
Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência é
a minha melhor testemunha de que eu não tenho vocação para me opor ao Governo
Municipal por me opor. Só que eu não consigo, nesse episódio, superar um fato:
eu, V. Exª, o Ver. Paulinho Rubem Berta, o Ver. Dib, todos nós votamos a favor
deste Projeto. Este Projeto tramitou por um longo tempo, o Secretário do
Planejamento veio aqui e fez composições conosco, e, agora, nós temos que
enfrentar um Veto Parcial por detalhes técnicos que a lei não impediria de
serem resolvidos pela via da regularização administrativa! Então, eu lamento
não poder acompanhar V. Exª, que é sabedor do meu carinho e do meu respeito
pela sua postura sempre correta na defesa de seu ponto de vista, mas aqui nós
estamos embretados, como disse o meu amigo Toni Proença. Ninguém nos avisou.
Nós em festa, fomos aplaudidos, aprovamos por unanimidade e agora temos que
voltar atrás! Aí não dá, Vereador.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. NILO
SANTOS: Obrigado, Ver. Pujol.
Inclusive, como eu disse inicialmente, a minha
Bancada ainda vai sentar para discutir, porque, neste momento, estamos com essa
dificuldade. Eu até tenho uma sugestão a fazer ao próprio Secretário do
Planejamento: já que consegue encaminhar a solução do problema de uma forma
rápida, por que não mantemos o Projeto por um período de tempo para que a
Secretaria do Planejamento possa resolver os problemas técnicos? Pode ser feito
assim, mantém-se um Projeto que foi aprovado por unanimidade. Srª Presidente,
já que a Secretaria do Planejamento consegue resolver o problema técnico de uma
forma rápida, podemos manter então, já que votamos por unanimidade mesmo, Ver.
Mario Fraga. É apenas uma sugestão, vamos discutir isso e dar tempo para a
Secretaria de Planejamento organizar a parte técnica, e tocamos em frente o
Projeto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
A SRA. MARIA
CELESTE: Srª Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, líderes comunitários, pessoas que estão
conosco nesta tarde esperando algo que há muito tempo têm buscado,
organizaram-se para este Projeto de Lei, que foi encaminhado a esta Casa,
discutido nas Comissões e que recebeu Emendas. Eu concordo plenamente com o
Ver. Pujol: houve a possibilidade de os Vereadores emendarem, houve a
possibilidade e o acordo do próprio Secretário de Planejamento, que esteve
nesta Casa. Há pouco eu
lembrava a articulação daquela tarde, quando inclusive tínhamos um problema
seriíssimo na Zona Norte com a comunidade do Beco Dona Lourdes. Naquele acordo,
aquela comunidade não entrou entre as 16 áreas prioritárias e, para não
atrapalhar o acordo, aceitou a negociação daquela tarde nesta Casa, ficou fora
de uma Emenda, para não prejudicá-los. Para nossa surpresa, agora retorna a
esta Casa um Projeto vetando a regularização de todas essas 16 áreas: Jardim
Marabá, Vitória da Conquista, Vila Pedroso, Vila Júlia, Mário Quintana, Vila
Figueira e tantas outras.
Ora, o desrespeito chegou ao limite, Sr.
Secretário! O desrespeito com a Câmara Municipal e com a comunidade de Porto
Alegre chegou ao limite, Sr. Prefeito! Nós não estamos aqui brincando de
aprovar projetos e emendas importantes para as comunidades, acordadas com o
Secretário e não cumpridas logo a seguir, porque o que aconteceu foi exatamente
isso. Temos feito nesta Casa várias intervenções e seminários; a CUTHAB, a
própria Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, a Frente
Parlamentar pela Regularização Fundiária, e tudo o que foi encaminhado nesta
Casa, apontado como acordo com o Prefeito Municipal, com a
Prefeitura Municipal, neste momento está sendo mais uma vez desrespeitado. É
disso que se trata.
E lamentamos
profundamente isso, e os líderes comunitários, as comunidades, que estão aqui,
que se deslocam das suas regiões, pagam passagem, têm custos, perdem horas de
trabalho, para estarem aqui cobrando desta Casa a coerência que ela tem, mas
que, lamentavelmente, o Executivo não tem. (Palmas.)
(Manifestações das
galerias.)
A SRA. MARIA
CELESTE: Não tem porque faz acordos com os Vereadores, nas
suas Emendas - são Vereadores de oposição e de situação, é importante que se
diga isso -, numa concertação possível, diante de um apelo das comunidades, e
depois, simplesmente, vira as costas e vai embora. Faremos, Ver. Pedro Ruas,
mais um seminário e, se possível, vamos trazer a Raquel Rolnik para esta Casa,
mais uma vez, a consultora da UNESCO, para que ela diga à população de Porto
Alegre, como disse ao Prefeito de Porto Alegre, o que significa o direito à
moradia; o que significa a necessidade da regularização fundiária na nossa
Cidade; o que significa o respeito, através do direito da dignidade humana, do
direito à moradia, do direito à água, do direito à comunidade, do direito ao
lazer, do direito à cidadania. Vamos, sim, fazer mais um seminário nesta Casa.
Agora, é preciso que o Governo - o Prefeito, a Prefeitura, através do seu
Secretário - assuma a sua responsabilidade sobre um tema tão importante nesta
Cidade, que é direito à moradia digna. Muito obrigada, Srª Presidente.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto
Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, queria, primeiro, cumprimentar as lideranças comunitárias
que estão aqui presentes, lideranças que empreendem uma luta de longos anos, de
bairros distintos, diferentes, alguns há 30 anos, outros há 40 anos de luta,
outros há 11anos - não é, Sílvio? -, pelo direito à moradia e à regularização
fundiária. Na verdade, fui muito contemplada, Ver. Pedro Ruas, pela sua
intervenção e de vários outros que o sucederam. Então, eu quero ser bem sucinta, mas algumas coisas têm de ficar claras no
debate que estamos fazendo.
Primeiro, esta Câmara
votou por unanimidade, Ver. Todeschini, este Projeto, que construído com todas
as Bancadas da Câmara Municipal, eu bem me recordo. Foi um Projeto discutido,
votado nas Comissões. Portanto, para garantir a coerência de cada um de nós,
temos de manter o nosso voto, a nossa construção e, sobretudo, a luta das
comunidades, num Projeto que garantiu a regularização fundiária de 16 comunidades.
Através da Área de Interesse Social, abriu-se essa possibilidade, mas, agora, é
vetado pelo Prefeito Municipal. Eu queria, nesses minutos, dizer que algumas
coisas incomodam, Ver. Pedro Ruas, porque vem um argumento para vetar aquilo
pelo qual as comunidades têm lutado há décadas, como detalhes técnicos, para
serem vetadas as áreas votadas como Áreas de Interesse Social. E espanta-me uma
coisa: a responsabilidade era da Prefeitura; então, se os detalhes técnicos não
estão no Projeto, quem não cumpriu com a sua responsabilidade foi a Prefeitura
Municipal! Foi a mesma Secretaria Municipal de Planejamento que, agora, quer
vetar o direito das comunidades! São aqueles mesmos que mandam projetos com uma
rapidez gigante para alienar terreno, para vender área nobre no Centro, para
transformar terreno dos próprios municipais como se fossem uma imobiliária,
enquanto as pessoas lutam por aquilo que é um direito, enquanto as pessoas não
têm direito, Ver. Pedro Ruas – como bem falou V. Exª –, a um endereço, a equipamentos
básicos de Saúde, de Educação, de Transporte, porque, para isso, é determinante
ser Área de Interesse Social!
E a segunda coisa que
eu queria dizer é: o que importam os detalhes técnicos? Nós estamos falando da
vida das pessoas! Nós estamos falando de milhares de crianças! Nós estamos
falando de centenas de adultos! Nós estamos falando de idosos! Nós estamos
falando de pessoas! Que detalhes técnicos? Por isso, para garantir que esses
detalhes técnicos, que não foram garantidos pelo próprio Prefeito Municipal,
através da Secretaria Municipal do Planejamento, sejam, de fato, efetivados,
esta Câmara tem de ser coerente, esta Câmara tem de derrubar o Veto, aprovar o
Projeto e fazer uma ampla pressão, a partir do Parlamento, com a luta social,
para que se resolvam todos os detalhes técnicos e se garanta aquilo que está na
Constituição, que é o direito à moradia digna. Ninguém está pedindo favor aqui,
eu tenho certeza de que são centenas de pessoas que lutam por aquilo que diz lá
na Constituição como um direito.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Eu agradeço, Verª Fernanda Melchionna, e já
cumprimento V. Exª pelo pronunciamento adequado e coerente. Quero registrar
neste aparte, também, o pronunciamento da Verª Maria Celeste e, justamente, ao
lado do Ver. Paulinho Rubem Berta, que teve a primeira ideia em março deste
ano. Nós temos que ter, no final de novembro, esse seminário da regularização
fundiária com a autoridade da Raquel Rolnick e de outras tantas pessoas que
podem esclarecer e propor projetos exatamente na linha que V. Exª defende da
tribuna, ou seja, o direito à cidadania. Parabéns!
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver.
Pedro Ruas. Parece-me que é fundamental mais essa construção da CUTHAB em
parceria com a CEDECONDH, presidida pela Verª Maria Celeste, assim como os
movimentos que neste momento estão sendo feitos por vários Parlamentares.
Quero concluir
dizendo para a população mobilizada que é muito importante essa pressão. Eu
tenho certeza de que a Câmara, espero, vai manter a sua coerência. Foi esse o
encaminhamento de alguns Líderes partidários que me antecederam. Acho que é
muito importante que todos os Partidos mantenham, Ver. Paulinho Rubem Berta, a
sua votação inicial, que foi a que fizemos no final do ano passado. Mas tenho a
certeza absoluta de que para mudar a vida, para garantir direitos, para que
haja conquistas, para que haja, de fato, acesso àquilo que deveria ser
garantido pelo Estado, a mobilização popular, a organização, as lideranças, a
construção coletiva que vocês fazem hoje, com as suas faixas, são fundamentais.
Só a luta muda a vida. Parabéns para vocês! (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, eu
agradeço a atenção de V. Exª e queria pedir a atenção de todos, especialmente
do Líder do Governo, ao qual nós devemos a nossa orientação. Esta Casa tem
procurado fazer o seu dever em todas as áreas, especialmente nesta questão das
AEIS. Eu acho que nós não podemos nos dividir por uma questão técnica, Ver.
Dib. Eu tenho uma sugestão a dar. Gostaria que pudéssemos suspender esta
votação do Veto, encontrar uma solução liderada. Se for por questão técnica, o
Executivo que resolva, para estas comunidades receberem aqui, se eu não estou
enganado, a unanimidade desta Casa. Acho que o Governo não tem nada a opor, é
uma questão técnica, então acho que não temos que nos digladiar aqui por uma
causa que é justa para todos. Então, a minha sugestão, Ver. Dib, é de que V.
Exª converse com o Prefeito. Está acertado? Está bem. Então derrubamos o Veto
hoje, mandamos o Projeto amanhã, nós pedimos regime de urgência e votamos.
(Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Presidente, a
sugestão do Ver. Sebastião Melo é correta. É preciso que as áreas sejam
definidas com precisão, não da forma como estão definidas aqui, como disse o
Ver. Comassetto, pela Diretoria Legislativa. Eu já informei que haverá um
projeto com todas as definições. O Projeto está mantido, as Emendas é que não
estão bem apresentadas. Portanto, não há como fazer alteração aqui; está
decidido, o Projeto já foi votado, e não se pode fazer mais nada. O que nós
podemos fazer é dizer que virão as áreas perfeitamente definidas e não da forma
como estão aqui. Está muita clara, no Projeto do Prefeito, a planta que
acompanhou o processo, é só ver aqui. (Mostra planta.)
Então, nós não temos mais o que fazer, este Projeto
está morto! Nós precisamos votar, e quem não quiser votar a favor ou contra que
se abstenha, está tudo bem, não há problema nenhum, e nós chegaremos a uma
solução o mais rápido possível, pedindo ao Planejamento, inclusive, que
compareça a esta Casa, para que faça rapidamente as plantas definitivas, e aí
nós poderemos resolver o problema. Agora, neste Projeto, nós não temos mais o
que fazer. E, se nós trancarmos o Projeto, trancamos tudo que está aqui para
ser votado nesta Casa. Então, eu acho que este é o momento. Nós votamos “sim”
ou “não”, está tudo muito bem, eu não vou definir para ninguém. O meu Partido
aceita o Veto, isso eu posso garantir. Com relação ao resto, eu não garanto
mais nada. Garanto também que virão as plantas definitivas de um Projeto
absolutamente correto, e com os limites estabelecidos não pela Diretoria
Legislativa. Apenas isso.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Engenheiro Comassetto, por favor.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Esta Casa não é uma casa tecnocrática, é uma casa
política. Se há o entendimento de todos que as comunidades que estão aí
listadas merecem iniciar um processo de regularização, derruba-se o Veto, e o
Prefeito, com a Secretaria de Planejamento, se tiver que fazer uma adequação
técnica, poderá mandar novamente o Projeto. (Palmas.) O que diz o nosso querido
Secretário Márcio? Que tem uma das áreas que está com um limite... Uma das
áreas! Então, mande um projeto retificativo, mas já há um reconhecimento. Todas
essas comunidades estão aguardando, por exemplo, a pauta da CEEE, para que o
Projeto Luz para Todos possa iniciar nessas vilas. Agora não pode, por quê?
Porque não são AEIS. Por favor! (Palmas.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não havendo acordo de encaminhamento, vamos seguir
o debate da tribuna, senhores; senão estaremos fazendo um debate paralelo.
O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos assiste e nos escuta; sou uma liderança
comunitária há 30 anos, nesta Cidade. A minha vida toda eu passei nas vilas e
bairros, lutando pela regularização fundiária e pelo direito à moradia. Muitas
vezes, fomos vitoriosos; muitas vezes, não fomos. Esta Casa lutou, e, dentro do
que surgiu inicialmente na CUTHAB e, depois, neste Plenário, Ver. Reginaldo
Pujol, chegou-se a um consenso, todos votaram e todos assinaram um acordo.
Hoje, para mim, como liderança comunitária, é praticamente impossível manter o
Veto. Sou obrigado, infelizmente, a votar pela derrubada do Veto, porque foi um
acordo, foi uma luta nossa. Se existe alguma questão técnica dentro do Projeto,
existem maneiras de sentar e adequar o Projeto à realidade e às leis. Isso é
uma coisa. Agora, nós precisamos ser coerentes. Eu não posso vir a esta tribuna
– e me perdoem aqueles que acham que não – e engolir aquilo que eu disse,
aquilo que assinei, aquilo que ajudei a trabalhar, aquilo que todos nós
trabalhamos, que eram essas 16 áreas.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu peço escusas a V. Exª por tomar parte do seu tempo, é que eu não
quis fazer uma Questão de Ordem, pois não seria o caso. Mas essa discussão de
que falta efetiva delimitação não pode obstar a consagração da lei, até porque
não é uma lei autoaplicável. Ao aplicar-se a lei, essas situações seriam
regularizadas. Se isso não ocorrer - e quero que a Casa concorde comigo, ou não
–, caso se precise de alguma retificação legal e se nós derrubarmos o Veto
hoje, em 30 dias, nós retificamos. Basta nos mandarem o Projeto bem certinho
para votarmos. Basta isso!
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Quero dizer que o senhor está totalmente com a razão e que concordo
plenamente com as suas palavras, como concordo com outros colegas Vereadores
que aqui nesta tribuna estiveram. Mas eu não posso, eu não teria nem condições
de entrar na minha região, ou em qualquer comunidade da cidade de Porto Alegre,
tendo votado contra a regularização fundiária. Não seria correto da minha
parte, eu não mereceria estar aqui. Quero dizer que nós vamos... Dentro de 30
dias, como diz o Ver. Reginaldo Pujol... Estamos prontos, Vereador, tenho
certeza de que todos os 36 Vereadores estão prontos para adequar o Projeto,
para negociar. Mas tem que existir uma palavra: negociação! E com tempo, para
que possamos opinar novamente e possamos adequar o Projeto. Agora, chegou ontem
o Veto, e hoje nós sermos obrigados a tomar uma decisão que já tomamos lá
atrás?! Não tiveram – desculpem-me – o cuidado de chamar os Vereadores,
conversar com eles e adequar o Projeto; não haveria maiores problemas. Mas eu
também confio numa coisa: confio na sensibilidade do Secretário Márcio Bins Ely
e, principalmente, na sensibilidade do Prefeito José Fortunati, que irá dar o
encaminhamento correto, e o Projeto retornará a esta Casa de acordo com a
população, de acordo conosco.
O Sr. Nilo
Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Rubem
Berta, estive conversando com meus colegas de Bancada, e nós estamos tendo o
mesmo entendimento que o Ver. Reginaldo Pujol...
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Eu também.
O Sr. Nilo
Santos: A Secretaria do Planejamento tem condições de, dentro do prazo,
delimitar e dizer qual é a região, qual é o espaço. Tem gente para isso, tem
condições técnicas para isso. Tem que se dar uma agilizada no processo? Tem,
tem que dar uma agilizada, mas a Secretaria do Planejamento tem que entender
que a regularização dessas vilas é essencial para o desenvolvimento da Cidade.
A gente fala em Copa, em grandes obras, e as vilas vão ficando. Tem espaço para
isso, e este é o entendimento da nossa Bancada: nós queremos que seja feita a
delimitação imediatamente. Obrigado. (Palmas.)
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Agradeço ao nobre Vereador por suas palavras, mas quero dizer que as
pessoas precisam entender que a não regularização é dizer “não” à qualidade de
vida e ao direito de morar. Assim será se a regularização não vier.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Rubem
Berta, o tema é de tremenda importância, e V. Exª abordou bem: a Copa está aí.
Mas, antes da Copa, nós temos que saber qual, na verdade, é a contrapartida que
tem Porto Alegre para a regularização dessas comunidades e dessas vilas. Quero
aqui, de antemão, dizer ao senhor que sou da base do Governo, mas antes de
Partido, para mim, vem a sociedade. Então, meu voto é a favor da comunidade.
(Palmas.)
O
Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Paulinho, pelo tempo. Srª Presidente, quero saudar todos
os presentes, o pessoal do Marabá. Eu só tenho um voto, o meu voto foi dado no
início, e foi “sim”. Sou da base do Governo, é o Governo do meu Partido, mas eu
não posso ser demagogo, ir à rua dizendo que sou do povo e, depois, desfazer
aquilo que fiz. Então, a base do Governo que me perdoe, mas o meu voto vai ser
“sim” para a comunidade.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Senhoras e senhores, quero dizer, mais uma vez, que acredito piamente
na sensibilidade do Prefeito. Sei da vontade do Prefeito de apresentar, em
2014, uma Cidade com melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero dizer que
este Projeto foi construído não por um Vereador, mas por todos os Vereadores
desta Casa. Por isso o Veto tem de ser derrubado, mas também iremos construir
uma solução maior, melhor, que dê condições de vida a todas as pessoas. É a
primeira vez em que voto contra o Governo, mas, como eu sou Vereador de Porto
Alegre, tenho que votar a favor das pessoas e da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, o discurso que está colocado aqui neste plenário dá a
impressão de que este Governo é contra a regularização das áreas. Devemos
lembrar que a legislação que prevê as AEIS é uma legislação que vem desde o ano
de 2001. Lembro as senhoras e os senhores que o PT, como Bancada, e seus
aliados governaram esta Cidade até o final de 2004, e eu queria que, por favor,
citassem aqui quais foram as grandes áreas regularizadas nas Administrações
petistas. Por que será, se é tão fácil assim fazer regularização, que os
Governos petistas se negaram a fazer regularização de todas essas áreas? Por
que será que, agora, quando o Prefeito Fortunati enviou um Projeto de
regularização para esta Casa, entraram 16 Emendas, para que aí várias áreas
fossem regularizadas? Ora, Verª Maria Celeste, com toda a certeza é porque
agora o PT não tem a obrigação de fazer o trabalho, porque agora é só escrever
num papel as emendas, fechar no Gabinete, e está pronto! Mas a gente tem que
saber que, antes de fazer o Projeto, tem que ser feito um estudo, com toda a
certeza, para que essas áreas possam ser bem descritas. E o que o Prefeito
quer, o que o Prefeito quis exatamente é fazer com que, se não houvesse aqui a
derrubada do Veto – eu vejo que não vai haver; aliás, vai haver –, pudesse vir
do Executivo esse estudo, a fim de que esse trabalho que esta Administração tem
feito, e tem feito muito bem, que é a regularização das áreas, pudesse ter
continuidade também nas áreas que estão sendo sugeridas aqui por alguns
Vereadores.
Isso, meu querido amigo Ver. Reginaldo Pujol, não
significa – V. Exª é um homem muito sábio, principalmente dentro desta área –
que, ao criarmos uma AEIS, estaremos resolvendo o problema daquelas
comunidades. Não significa nada disso! Por isso seria muito bom que pudéssemos
criar essas AEIS onde houvesse a compatibilidade também com os estudos feitos
pela Prefeitura Municipal, porque eu acho que isso iria melhorar muito aquilo
que poderia ser feito por todas essas comunidades. Eu vejo aqui, pelo
pronunciamento das Lideranças, na sua maioria, meu querido amigo Ver. Mario
Manfro, V. Exª está na Bancada do PSDB, junto com este Vereador, que existe
praticamente uma vontade maciça desta Casa de derrubar o Veto, para que essas
áreas possam, posteriormente, serem reestudadas, para que a AEIS possa ser
implantada.
Então, Ver. Idenir Cecchim, este Vereador, o Ver.
Mario Manfro; nós, da Bancada do PSDB, vamos seguir essa orientação. Eu vejo
que apenas o Líder do Governo não segue essa orientação. É claro, ele tem as
suas obrigações como Líder do Governo e se prende exatamente àquilo que é
necessário dentro dos compromissos com o Governo. Nós, da Bancada do PSDB,
vamos seguir aqui as Lideranças neste momento. Acho que esse não seria o melhor
caminho. Acho que o melhor caminho seria fazer uma adequação desses estudos,
para que, depois, pudéssemos fazer a implantação das AEIS. Não é possível fazer
isso, porque vejo que aqui existe uma vontade já instalada em todas as
Lideranças, mas tem que ficar bem claro que essa vontade de regularização das
áreas parte do Governo Fortunati e partiu do Governo Fogaça, anteriormente, mas
eu não vi essa mesma vontade antes desses Governos. Quando os Governos do PT e
dos seus aliados estavam lá instalados no Paço Municipal, eu não via essa
vontade de regularizar áreas, ela não existia; depois, começaram a ter essa
vontade, depois que saíram do Governo é que começaram a ter essa vontade. Nós,
do PSDB, vamos votar com as demais Lideranças e vamos também derrubar este
Veto, mas tenho medo, realmente, da realização.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. ADELI
SELL: Senhoras e senhores, acho que é o momento de nós, Vereadores da Câmara
Municipal, demonstrarmos que aqui não se faz cena, que aqui não tem cretinice
parlamentar, que aqui não se vota, em um dia, na frente de várias comunidades,
uma tese, um projeto de lei, mostrando que é preciso
fazer Área Especial de Interesse Social, para fazer as regularizações
necessárias, e, no dia seguinte, porque vem um burocrata da Prefeitura...
Porque foi isto que aconteceu: o Secretário dobrou-se frente aos burocratas. A
burocracia, o servidor público, tem que mostrar os caminhos que a Prefeitura
tem que trilhar para fazer a coisa certa. E nós vamos dar o prazo que for
necessário para a Prefeitura fazer o que tem que ser feito. Agora, aqui, nós
votaremos pela manutenção do Projeto, porque nós queremos a regularização
fundiária nessas 16 localidades; o pessoal precisa, tem necessidade, por isso
estamos mantendo a nossa posição. Aqui não tem cretinice parlamentar! Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Eu queria
pedir desculpas aos meus colegas e, também, a esta Casa, mas especialmente eu
queria pedir desculpas ao pessoal da ONG Amor Exigente, que está desde as 14h
aqui, aguardando a votação do Projeto Amor Exigente. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): É que há cinco
inscritos para discutir. Se todos concordarem que encerremos a discussão...
(Pausa.)
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu não quero ocupar todo o meu tempo aqui nesta tribuna,
mas quero dizer a todos os que estão presentes que nós, no ano passado,
trabalhamos justamente para que essas áreas fossem declaradas AEIS. Eu quero
aqui explicar um pouco para o nosso Líder do Governo de que não há prejuízo
nenhum na derrubada deste Veto e na manutenção deste Projeto. Por quê? Porque
todas essas áreas, quando for elaborado o Projeto, vão passar por todas as
Secretarias, e, ali, elas terão definição. O que vai facilitar, sim, a AEIS é
que essas comunidades que estão há tempo demandando, como o Jardim Marabá, vão
poder ter energia elétrica; lá, na Vitória da Conquista, poderão ter a sua
energia elétrica regular. (Palmas.) Na São Pedro, poderão ter também. E a
Figueiras, justamente, é uma área do Montepio, na Zona Sul da cidade, é uma
área que é particular, onde há pessoas tentando transacionar, mas serão
construídas habitações pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, e aquelas famílias
serão beneficiadas. Nós não vamos burlar a lei, prejudicar o meio ambiente ou
fazer qualquer coisa parecida; vamos dar tempo ao tempo para essas plantas
serem feitas corretamente.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Tessaro, o Projeto
realmente tem muitas dificuldades. Agora, eu estava olhando o Projeto que dizem
que foi aprovado por unanimidade, mas foi em votação simbólica. Portanto, eu
não posso dizer se foi ou não por unanimidade; foi simbólica, não sei quantos
Vereadores havia no plenário. Mas eu vejo aqui uma Emenda à redação final com
cinco páginas, e a redação final não veio. Essa Emenda deveria ter vindo ao
Plenário. Então, há cinco páginas numa Emenda. Isso eu não tinha visto ainda;
só vejo agora que está nas minhas mãos. Portanto, o certo é de que o Governo
vai mandar muito rapidamente as definições corretas das áreas, e não o que está
aqui. O Prefeito entende que há mérito. Vossa Excelência conhece mais do que
eu, foi Diretor do DEMHAB, sabe da necessidade que tem esta Cidade de fazer
novas habitações. Eu, quando Prefeito, fiz as primeiras leis de regularização
fundiária nesta Cidade. E acho que está tudo certo. Mas da forma como está aqui,
este Projeto não serve, porque não há por que atender o que está escrito aqui,
não há como. Não é má vontade, simplesmente é um Projeto sem nenhuma razão.
O SR. NELCIR
TESSARO: Ver. João Antonio Dib, aí é oportuno, então, que o Sr. Prefeito, o
Executivo encaminhe para cá posteriormente uma alteração na Lei que nós vamos
aprovar. O que nós não podemos é fazer com que essas pessoas fiquem esperando.
Nós estávamos na nossa Comissão de Energia Elétrica, Comissão de Reurbanização,
e estiveram presentes os técnicos do Executivo, que avalizaram. O senhor disse
que não foi por unanimidade, mas foram as Bancadas unânimes que deram acordo
para a votação e aprovação.
Então, esta Casa aprovou, Ver. Pujol - e o senhor
esteve presente. Nós discutimos muito sobre esse assunto; as Bancadas se uniram
e viram a necessidade. E nós tivemos, em janeiro do ano passado, Ver.
Comassetto, a alteração de uma Resolução, justamente da Aneel. Esta Casa
trabalhou para alteração dessa Resolução em Brasília, no sentido de que, justamente
tendo Decreto da área ou legislação que indicasse Área de Interesse Social para
uma determinada região, onde estivesse já consolidada uma ocupação, ali poderia
se instalar a energia provisória. E é isto que nós queremos: que a energia
provisória seja instalada em todas as comunidades. Queremos facilitar para que
essas pessoas não passem os invernos terríveis que têm passado.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Fiquei muito preocupado com a fala do Ver. João Antonio Dib. Corri
imediatamente para consultar o nosso Diretor Legislativo, e ele nos afirma que
exatamente do que foi aprovado no Plenário foi feita a redação e aprovada pela
CCJ. Portanto, é legal e regimental. Obrigado. (Palmas.)
O SR. NELCIR
TESSARO: Correto. A CCJ eu sei que aprova. E eu disse que não iria ocupar todo o
tempo, e não pretendo ocupar. Eu só quero dizer que nós precisamos, sim, e nós
temos muitas outras áreas em Porto Alegre que também precisam urgentemente.
Pode ser do Executivo, mas que venha um Decreto de Área de Interesse Social,
porque nós precisamos, cada vez mais, defender a regularização e a habitação em
Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Presidente, como integrante da Comissão de Constituição
e Justiça, eu quero declarar peremptoriamente que nós agimos corretamente, até
fomos ao extremo. A Casa teve todo o zelo possível para que este Projeto fosse
regular. Aquilo que houve, omissão de outras áreas... Nós não fomos omissos,
nós cumprimos o nosso trabalho rigorosamente bem. E o Relatório da Comissão de
Constituição e Justiça não tem que vir para o Plenário, salvo em situações
excepcionais. (Palmas.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sim, Ver. Reginaldo Pujol, nós somos testemunhas de
que foram precisos cinco meses de trabalho para refazer o material todo, para
que fosse mais preciso em sua redação final.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
comunidade que nos acompanha, aquilo que está sendo usado como argumento para
procrastinar a decisão ou manter o Veto não cabe sustentar, porque, se há erro,
é um erro da parte técnica de engenharia. Não está em questão aqui a
legalidade, a constitucionalidade, a regularidade do processo. Isso está de
acordo, portanto tem que ser acolhido e aprovado o Projeto contra a vontade do
Executivo. Se lá há falha, não é a comunidade e não é a Câmara que têm que
responder pelas coisas que não foram feitas. Nós temos que fazer, sim, a
manutenção da coerência do que nós aprovamos aqui, naquele dia, por
unanimidade, essas Emendas, porque as comunidades, há muito tempo... E eu
lembro aqui especificamente do Jardim Marabá: desde 2005, nós estamos lá, de
reunião a reunião, fazendo, evoluindo, galgando espaço e tempo, e construímos e
aprovamos as Emendas. Agora, o Secretário de Planejamento diz que há uma falha
técnica! O problema é dele! Não há falha legal, não há falha constitucional, portanto
o Projeto tem que ser acolhido e aprovado agora, conforme nós aprovamos antes!
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito que o Ver. Toni Proença me substitua na
presidência dos trabalhos. Por favor, com quem está o Projeto? Eu quero mostrar
o mapa.
(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra pra
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Toni Proença. Eu quero apenas compartilhar com o conjunto
dos Vereadores a importância do posicionamento que nós estamos tendo neste
momento. Essas comunidades lutaram muito! Muitas vezes vieram à CUTHAB, muitas
vezes estiveram à frente da Prefeitura, muitas caminhadas fizeram, Ver. Braz,
inclusive na nossa época, buscando o seu direito à moradia - esse processo é
complexo, eu não vou repetir aqui. Mas há uma Emenda que eu quero chamar a
atenção, inclusive é a única que não foi pela CUTHAB: a Emenda nº 17, Anexo 17.
O desenho dela foi feito pelo nosso GAPLAN, é a Emenda da Vila Menino Deus,
está dentro dos padrões corretos, não precisou haver correção. É uma Emenda
cuja demanda chegou a mim, eu encaminhei ao GAPLAN, e ela está no conjunto das
Emendas vetadas, Ver. Dib, e isso não tem explicação, porque ela está
absolutamente correta; ela está igualzinha à Emenda do Projeto de Lei do
Governo, o que demonstra que não é um problema técnico, é um problema político
mesmo, de autoria.
O Governo tem que aceitar que a Câmara de
Vereadores constrói posicionamentos importantes e a partir das demandas da
comunidade, que é parceira, é ouvidora e não está querendo tirar a autoria do
Executivo. Pelo contrário, ela quer colaborar, encaminhar e contribuir para um
problema tão complexo.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora Sofia, eu
venho à Câmara todos os dias e sou encontrado com a maior facilidade. Este
Projeto foi aprovado simbolicamente no dia 22 de
dezembro de 2010. A Comissão de Justiça fez uma Emenda à Redação Final no dia 5
de julho de 2011, quando acrescentaram plantas. Portanto, o processo está todo
errado! E o Governo está dizendo, e eu estou afirmando, que nós vamos mandar um
Projeto correto para que seja resolvido o problema. Agora, não entendo por que
aprovaram no dia 22 de dezembro do ano passado e só agora foi encaminhado ao
Executivo. Não entendo!
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Dib, V. Exª me
dá a chance de dizer o quão séria a Câmara foi neste tema. As demandas vieram
pela CUTHAB, por diferentes discussões, debates, e foram feitas no tempo em que
o Governo apresentou o Projeto. Aliás, foi pensado em um outro Projeto, foi
construído um acordo para tirar daquele e vir para este. Levou todos esses meses
pelo preciosismo da nossa Diretoria Legislativa e também da CCJ, buscando
trazer precisão às Emendas. É uma construção de muito tempo desta Casa que
deveria ter tido a sensibilidade do Executivo não pelo trabalho da nossa Casa,
mas pelo mérito, pela luta das comunidades que estão aqui presentes, que estão
inscritas nesse processo.
Quero dizer, Ver.
Dib, que esta Emenda - que também foi vetada - não teve correção nenhuma da
CCJ, porque ela estava absolutamente correta, precisa, concisa e legal, como V.
Exª diz, e está também vetada!
Portanto, senhores,
quero parabenizar o conjunto das Bancadas por estar se manifestando no sentido
de derrubar o Veto. Derrubemos o Veto, depois o Governo faz as adequações
necessárias, e nós estaremos prestando assim respeito e homenagem às
comunidades que lutaram tanto e que encontraram aqui interlocutores. Parabéns
pela luta de vocês!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
público que nos assiste nas galerias, quero dizer que vou votar pela derrubada
do Veto, assim como, acredito, todos os Vereadores, porque seria um desrespeito
com esta Casa, pelo acordo que foi firmado por todos os Vereadores com o
Governo para aprovar este Projeto. Nós caminhamos pelas comunidades e sabemos o
quanto é necessário este Projeto para cada um de vocês que estão
aqui hoje. Nós sabemos que, muitas vezes, quando um Vereador está caminhando
pela comunidade ou através do Câmara na Comunidade, ele ouve sobre a
necessidade de obras. Mas a resposta é: “Ah, mas não dá para fazer obra porque
essa área é irregular.” Agora nós temos a oportunidade de regularizar uma área,
foi feito um acordo com o Governo, mas há falta de vontade política de alguns
ao dizer que este Projeto deveria ter tido uma parte técnica que não foi feita,
isso é só falta de vontade de política de alguns, Ver. Cecchim. Esta Casa não
pode se dobrar pela vontade de alguns burocratas. Vamos derrubar, sim, este
Veto, e o Prefeito que depois mande um outro Projeto e que faça o que for
necessário para as modificações.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: Então, chega de conversa. Vamos votar e vamos derrubar o Veto. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLE n° 035/10, com Veto Parcial.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, senhores da plateia, os Vereadores da
nossa Bancada, do PTB, DJ Cassiá, Nilo Santos, Nelcir Tessaro, estão a favor;
só não posso garantir pelo Ver. Elói Guimarães. Mas eu quero dizer uma coisa
para vocês: eu não sou um cara frouxo. Votei com vocês da outra vez, vou votar
de novo.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Mesmo não sendo voto no painel, pode ser simbólico, nós estávamos aqui.
Isso tem representação. E eu voto com vocês, podem ter certeza! Eu quero dizer
que não sou muito de falar. Até fiquei brabo com o Comassetto antes, porque ele
veio falar. Eu acho que nós já deveríamos ter votado, e o povo deveria estar em
casa descansando. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Srª Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu ouvi atentamente as diversas falas
- eu não estava aqui no ano passado quando foi votado, eu estava na Secretaria
Municipal do Meio Ambiente - e tenho algumas preocupações. Entendo que os
argumentos não são os mais esclarecedores. Na realidade, Porto Alegre tem esse
contato social, tem essas situações que não são de hoje, são de décadas,
situações que muitos e muitos lugares já vivem há duas, três gerações, quer
dizer, alguém foi para lá, teve filho, morreu, o filho já tem filho... Então,
quero dizer que este Vereador, em seu nome pessoal, Professor Garcia, vai votar
pela derrubada do Veto.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. MAURO
ZACHER: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
uma saudação muito especial às comunidades presentes. Talvez seja importante
que justifiquemos a nossa posição, porque quem está acompanhando este processo
percebe que há uma alteração que pode ter sido acordada, mas eu não me recordo
desse acordo e acho pouco provável que o Governo lhe houvesse acenado, porque o
que nós estamos definindo está muito aquém daquilo que o Executivo, através do
estudo, determina para uma região específica. Muito bem-intencionado e
conhecedor da matéria, o Ver. Comassetto tenta estender isso a outras tantas
áreas que estão aguardando, assim como essa que está recebendo.
A manutenção do Veto determinada pelo Prefeito é
justamente para que este Plenário não incorra no equívoco de talvez mutilar o
Projeto inicial e o Plano Diretor. O Ver. Luciano Marcantônio estava, na tarde de
hoje, tentando dialogar com o Executivo para que pudéssemos rapidamente enviar
a essas outras áreas. Então, pode ser muito bem-intencionada, pode ser
bem-encaminhada por várias Bancadas, mas eu, líder do PDT, vendo o Prefeito
vetar com argumentos, com a justificativa de que a manutenção dessas emendas
pode realmente trazer prejuízos enormes e talvez aqui não mensurados. Chamo
aqui a atenção de que essas comunidades... Talvez o plenário de hoje não tenha
a sensibilidade de que nós possamos não dizer não com a manutenção do Veto. Nós
estamos dizendo pela manutenção do Veto, sim, mas sim também para que o Projeto
atenda a essas outras comunidades. É só isso. O risco de estarmos aqui talvez
na boa intenção de algum Vereador e numa articulação de outros Vereadores de
outras Bancadas significa um equívoco muito maior.
Este é um assunto extremamente técnico – é técnico!
– e que nos leva a dizer a vocês que o “sim” ao Veto é um “sim” para a
construção de um novo Projeto. Aqui fica o nosso compromisso. É evidente que
esta matéria aqui, Ver. Comassetto, é uma matéria que tem que ser construída
tecnicamente, com o aval do Planejamento, e, se o Planejamento está nos dizendo
que não é possível, nós estamos dizendo “sim” ao Veto, mas “sim” à construção
política que esta Casa já fez, e com amparo técnico. É essa a sensibilidade que
eu quero da base do Governo. Não estamos aqui aprovando um Projeto, Ver.
Comassetto... E sei que V. Exª tem responsabilidade, é conhecedor da matéria,
foi meu colega...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. MAURO
ZACHER: Eu sei que não atende a vocês, mas eu estou dizendo simplesmente “não”.
Eu estou dizendo “sim” ao Veto, mas “sim” ao novo Projeto do Executivo, que nos
dê amparo técnico, Ver. Paulinho Rubem Berta. Não posso votar, se o Planejamento
está dizendo não! Mas eu estou pedindo o tempo necessário, o tempo para a
construção!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. MAURO
ZACHER: Mas os dez anos podem se tornar muito mais se nós não tivermos
responsabilidade. É essa a sensibilidade que eu quero da base do Governo. Eu
quero votar, nós vamos votar...
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Por favor, nós temos um Vereador na tribuna, vamos
ouvi-lo, depois a galeria pode se manifestar.
O SR. MAURO
ZACHER: Líder do Governo, Ver. João Dib, eu não sei que construção foi essa pela
qual o Prefeito veta 16 Emendas. Por que o Prefeito iria vetar, se há, por
parte dele, vontade política de enviar o Projeto para cá em 72 horas? É porque
falta amparo técnico! É somente isso, Ver. João Dib! O Prefeito não pode
simplesmente vetar a boa intenção do Vereador de fazer uma construção. Ora, há
questões que não foram descritas na Emenda! É necessário que se venha
reconstruir. Eu faço um apelo à Bancada do PTB, porque fez parte dessa construção,
e, se recebeu o aval de alguém, o recebeu de um irresponsável. Ora, cabe a nós
analisar, e evidentemente temos a prerrogativa de manter ou derrubar o Veto,
mas a manutenção do Veto é somente técnica!
O Sr. Nilo
Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Zacher,
eu participei, votei favoravelmente às comunidades, às Emendas, naquela época,
e confesso que houve, sim, um entendimento com as próprias Secretarias. Depois
houve um retrocesso, e nós não fomos comunicados, nem houve uma conversa
conosco. Então, o Prefeito talvez nem saiba que houve um certo acordo naquela
época.
O SR. MAURO
ZACHER: Ver. Nilo Santos, eu quero dizer que V. Exª tem razão. Isso aqui é fruto
de um acordo. Não passariam 16 Emendas, se não...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MAURO
ZACHER: ...Ver. Nilo, V. Exª
representa uma Bancada de um peso muito importante; agora, é evidente que 16
Emendas não passariam se não houvesse um acordo. Eu quero perguntar quem é que
fez esse acordo, porque deixa o Prefeito numa situação de não ter condições
técnicas para aprovar e, ao mesmo tempo, compromete o Prefeito para que mande o
Projeto rápido...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Boa-tarde, Sr. Presidente; boa-tarde, amigos e amigas aqui presentes, só
queria dizer o seguinte: se todos os Vereadores resolverem encaminhar – nós
estamos no período de discussão –, nós sairemos daqui às 21 horas. Eu quero
dizer que espero que ninguém encaminhe; basta já a discussão que aconteceu até o
presente momento, e vamos votar e aprovar a derrubada o Veto Parcial. Um
abraço.
(Manifestações das galerias.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde, ouvindo esta discussão
toda; se aconteceu toda essa discussão, é porque o tema que nós estamos
tratando hoje aqui merece uma atenção especial, essencialmente da Câmara de
Vereadores. É daqui que sai a decisão se esse processo, se essas Emendas vingam
ou não. Por isso toda essa discussão; por isso acompanhei a tarde inteira, ouvi
o que os Vereadores disseram, e é por isso que também estou aqui para dizer a
vocês, senhoras e senhores presentes, que hoje aconteceu e está acontecendo uma
grande discussão. Também aconteceu a mesma movimentação e uma tarde de grande
discussão quando nós aprovamos o Projeto, com as Emendas. E, se aprovamos
aquele conjunto de Emendas – nenhuma apresentei –, é porque nós compreendemos
que aquelas Emendas são favoráveis à cidade de Porto Alegre, muito
especialmente aos nossos moradores, que, por décadas, espalhados em toda a
Cidade, lutam, incansavelmente, pela regularização fundiária das suas regiões
onde moram.
Agora à tarde, pouco mais do meio-dia, eu fui
procurado por alguém dos senhores, um conjunto de pessoas, e eu disse a eles que contassem com o meu voto favorável ao pleito de
vocês. E vou votar favorável, independentemente de qualquer posição,
argumentação dos Vereadores do Governo e do próprio Executivo, em uma
referência e uma homenagem às pessoas que lutam dignamente para terem a sua
região, a sua rua, a sua área regularizada. É por isso que estamos aqui. Eu
lembro, no dia da votação do Projeto, da satisfação daqueles que aqui estavam,
dizendo que finalmente tinham conseguido aprovar a regularização da sua região
ou das suas regiões, porque eram tantas. Aquela manifestação de alegria, de satisfação
e de contentamento de uma conquista de vocês não pode, hoje, a meu sentir, por
uma questão meramente formal e técnica, ser rejeitada.
Por isso repito
aquilo que disse ao meio-dia: eu voto favorável ao Projeto e voto pela
derrubada do Veto. Essa é a nossa posição. Um abraço a todos.
(Manifestações nas
galerias.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 035/10, com Veto Parcial,
por cedência de tempo do Ver. Beto Moesch.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu tenho 40 anos de Câmara.
Saí para ser Prefeito, e, como Prefeito, uma das maiores preocupações que eu
tinha era com a regularização fundiária. E o Ver. Pujol era o meu Diretor do
DEMHAB. Nós regularizamos a Velha Restinga, a Nova Santa Rosa, a Nova Brasília,
regularizamos o Sarandi, regularizamos o Passo das Pedras e tantas outras e
fizemos leis para que isso acontecesse.
Nesses 40 anos de
Câmara - e eu venho todos os dias aqui, de segunda-feira a sexta-feira, é fácil
me encontrar, o meu gabinete tem a porta aberta, não há nenhuma dificuldade,
venho todos os dias - ninguém me procurou. Este Projeto foi aprovado no dia 22
de dezembro de forma simbólica, e nós sabemos que a aprovação de forma
simbólica não significa que os 36 Vereadores estavam no Plenário. Não significa
absolutamente nada. Bom, quando o Prefeito recebe um projeto aprovado pela
Casa, tem o prazo de 15 dias úteis para se definir. Nós não temos prazo, eu
nunca tinha visto. Nesses 40 anos de Câmara, eu nunca vi nada igual! Aprovado o
Projeto de forma simbólica, com as emendas de forma simbólica, ele vai para a
Comissão de Constituição e Justiça para fazer a Redação Final, e a Redação
Final deveria ter acontecido em dezembro do ano passado. E quando aconteceu?
Dia 5 de julho de 2011, ou seja, seis meses e meio depois. E aí, reconhecendo
que o que foi aprovado estava equivocado, fizeram uma Emenda à Redação Final,
sem que o Plenário tomasse conhecimento. E esta Emenda tem seis páginas. Aí
acrescentaram gráficos, que, provavelmente, foram feitos pela Diretoria,
conforme disse o Ver. Comassetto - eu não sei se foi ou não.
Então, se não fizeram
no ano passado é porque sabiam que estavam equivocados. Agora eu quero dizer ao
Plenário como um todo: podem derrubar o Veto do Prefeito, que não vai acontecer
nada, porque uma lei como esta não tem validade. Nós todos sabemos disso. Nós
não podemos iludir os nossos semelhantes. Nós todos sabemos que não tem
validade. Ele não vai aplicar. Agora, eu também informei, desde o início, no
meu primeiro pronunciamento, que imediatamente vai chegar a esta Casa - agora
eu estou dando um prazo de até 15 dias - um projeto à altura das necessidades,
porque o Prefeito também quer regularização fundiária. Não somos só nós que
queremos; o Prefeito também quer. Então, nós estaríamos iludindo as pessoas que
aqui hoje acorrem, como também aqueles outros que estão lá mais distantes
esperando solução. Esta não é a solução, até porque, se verificarem o
posicionamento da Comissão de Constituição e Justiça, é uma coisa completamente
estranha. Volto a dizer: em 40 anos de Câmara, eu nunca vi nada parecido! E eu
pensei que tinha visto tudo, mas esse procedimento é absolutamente diferente.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite
um aparte?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Comassetto, por
favor, eu lhe concedo um aparte.
O Sr. Engenheiro Comassetto: Prezado Dib, V. Exª sabe que todos nós aqui o respeitamos muito,
e esta Casa, sem dúvida nenhuma, é uma escola. Por essa razão, nós queremos que
o senhor continue aqui como Vereador. Quero dizer o seguinte: o senhor disse
que ninguém o procurou. Eu o procurei, e nós fizemos um acordo político para
votar esse Projeto por unanimidade, como votamos. Portanto, quero dizer que nós
discutimos, sim, o Projeto, quando votamos. Segundo: por que demorou? Porque
foi feito um pedido, em dezembro do ano passado, para a Secretaria do
Planejamento analisar os mapas que aí estão, para que a nossa redação final
fosse feita com as pequenas adequações dos ângulos que aí há. O Planejamento
até hoje não respondeu à Diretoria Legislativa, e esta encaminhou tal qual nós
aprovamos: com as fotos aéreas tiradas do Google, com o levantamento em
AutoCAD, como foi construído pelas assessorias desta Casa, junto com os
arquitetos, e passou pela Comissão de Justiça desta Casa, avalizando a redação
que aí está. Portanto, Ver. João Antonio Dib, eu acho que nesta Casa somos os
36 Vereadores, mesmo com a experiência dos seus 40 anos. Um grande abraço.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Eu ouvi V. Exª com atenção e volto a dizer que não fui procurado depois
que foi feita a votação. Não fui mesmo e eu estou lá! Tanto a Diretoria
Legislativa como qualquer outro Vereador ou servidor da Casa me encontra. Não
há problema, eu estou sempre aqui. Agora, o que eu quero dizer é que eu nunca
vi e vou continuar dizendo: se não tivesse havido erro, não fariam uma
alteração, na redação final, de seis páginas, que deveria ter vindo ao Plenário
e não veio. Foi assim, numa alteração de redação final, que fizeram o
Procurador-Geral do Município Prefeito, sem voto. Foi assim, não foi diferente.
Mas, de qualquer forma, se a redação final tivesse voltado ao Plenário, não foi
o que o Plenário votou.
Então, eu estou dizendo que, dentro de 15 dias, nós
teremos um Projeto à altura das necessidades de toda a coletividade. Esse
Projeto, aprovado ou não aprovado, não vai fazer diferença. E volto a dizer: o
meu Partido vota pela aceitação do Veto, porque eu entendo assim. Eu sou
engenheiro, eu já fui Secretário de Obras, já fui Secretário de uma porção de
coisas, então eu sei o que estou fazendo. Eu acho que a maneira de resolver o
problema deles é com um projeto de lei à altura de um projeto de lei, com todos
os detalhes com que deva ser feito. Apenas isso. Agradeço a atenção. Saúde e
PAZ para todos!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal o PLE n° 035/10, com Veto
Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 06 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Rejeitado o Veto Parcial.
(Manifestações nas galerias.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0018/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/11, de autoria do
Ver. Paulinho Rubem Berta, que inclui na proposta pedagógica das escolas da
Rede Municipal de Ensino a abordagem do tema Qualidade de Vida com Amor
Exigente e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01 (empatado);
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 15-06-11.
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL n° 001/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 01 ao PLL
nº 001/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o
PLL nº 001/11. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO, com abstenção
da Verª Fernanda Melchionna.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, devido ao adiantado da hora e respeitando os nossos
visitantes, vou ser breve. Com relação à concessão do Diploma de Honra ao
Mérito ao Piquete Cavaleiros de São Caetano, da nossa comunidade da Zona Sul -
estão aqui o Mario Fraga e outros colegas que atuam naquela comunidade -, quero
ressaltar o trabalho na afirmação da cultura gaúcha, nas atividades sociais e
culturais que exercem lá na região Extremo-Sul da cidade de Porto Alegre. Por
isso cumprimento, em nome dos 36 Vereadores, o Patrão, Sr. Alcinei, e toda a
comunidade de São Caetano que está aqui. Muito obrigado.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3127/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 022/10, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Piquete Cavaleiros
de São Caetano.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 10-08-11.
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PR nº 022/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PR nº 022/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h30min): Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA ESPECIAL – DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/10 minutos/com aparte)
4ª SESSÃO
PROC.
Nº 3043/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/11, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2012.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Por construção
política, o Ver. Adeli Sell, o Ver. Elói Guimarães e o Ver. Reginaldo Pujol, em
nome do Projeto dos Municipários, abrem mão de discutir a Pauta Especial. Foi
discutida a Pauta Especial, 4ª Sessão, LDO.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h31min.)
* * * * *